02 Mai 2024
Na Colômbia, centenas de estudantes ocuparam o histórico Edifício Hamilton, o mesmo que serviu de epicentro aos protestos contra a Guerra do Vietnã. A Polícia decidiu entrar no campus e prender vários jovens.
A reportagem é publicada por Página|12, 02-05-2024.
Seja no sol da Califórnia ou no frio de Nova Iorque, a bandeira da Palestina voa sobre as universidades norte-americanas. É apoiado por milhares de estudantes universitários, que denunciam os crimes de guerra de Israel na Faixa de Gaza, em pleno conflito no Oriente Médio. O protesto estudantil espalhou-se por pelo menos vinte e cinco campi e há muitos que traçam paralelos com os protestos massivos contra a Guerra do Vietnã no final dos anos sessenta.
A questão chegou à Casa Branca, que condenou a intensificação dos protestos nas faculdades, afirmando que “os protestos têm de ser pacíficos e legais”. “Tomar edifícios à força não é pacífico, é errado”, afirmou um dos porta-vozes da Casa Branca, Andrew Bates, em declarações à rede NPR.
A Universidade de Columbia foi o epicentro dos protestos em apoio ao povo palestino nos Estados Unidos. Na noite de terça-feira, estudantes ocuparam um edifício no campus desta universidade de Nova Iorque e barricaram-se no seu interior, enquanto outros formaram uma corrente humana no exterior.
AHORA: Una multitud masiva se ha reunido frente al Hamilton Hall, el edificio que acaba de ser ocupado por estudiantes de la Universidad de Columbia para mostrar solidaridad con Gaza. pic.twitter.com/tLm5iTdWFz
— Palestina Hoy (@HoyPalestina) April 30, 2024
Taking over Hamilton Hall as done in 1968, Columbia students unfurl a banner that reads "Hind's Hall," in reference to Hind Rajab, a six-year-old girl killed by Israeli forces.
— Prem Thakker (@prem_thakker) April 30, 2024
Hundreds of students cheer as the banner is revealed, erupting into chants to "Free Palestine." pic.twitter.com/Oi8WgdZmqf
As autoridades da universidade resolveram suspender os estudantes que desafiaram o ultimato dado pelas autoridades do centro para encerrar o acampamento na instituição. Mas não foi só isso, a Polícia de Nova York também apareceu para prender diretamente os estudantes. Até o momento, 282 pessoas foram presas em protestos universitários pró-palestinos: 173 vêm da CUNY (a universidade pública da cidade) e 109 de Columbia.
Em Wisconsin, a violência policial também esteve presente. Às 7h de quarta-feira, os agentes entraram no campus com escudos antimotim: diante da resistência de alunos e professores, como pode ser visto em algumas imagens, a polícia jogou vários alunos e professores no chão durante o confronto.
Non ce n’est pas un criminel c’est un prof sur le campus de Wisconsin en révolte pour la Palestine pic.twitter.com/PDU6UG3FKf
— Nassira Belloula, نصيرة بلولة صحفية وكاتبة (@NBelloula) May 1, 2024
Na outra costa, a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) decidiu cancelar as aulas esta quarta-feira após a intervenção policial no campus ocorrida durante as primeiras horas da manhã para travar os violentos confrontos entre grupos de manifestantes pró-Israel e aqueles que exigem o fim da guerra em Loop.
A UCLA informou aos estudantes através de um e-mail que todas as aulas foram canceladas esta quarta-feira e que os agentes da polícia permaneceriam nos edifícios principais próximos ao acampamento e através da rede social X incentivou as pessoas a evitarem a área onde ocorreram os confrontos.
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Repressão, detidos e muita tensão: a rebelião dos universitários norte-americanos pela guerra em Gaza - Instituto Humanitas Unisinos - IHU