“É cada vez mais real o risco de que a escalada degenere em opções sem volta que arrastem o mundo inteiro para um conflito de consequências incalculáveis”. Editorial de Vatican News

Foto: Canva Pro | Getty Images

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22 Abril 2024

Cenários de guerra e o grito de paz que se eleva dos povos.

O editorial é de Andrea Tornielli, jornalista e escritor italiano, publicado por Vatican News, 19-04-2024.

Eis o editorial.

O que aconteceu nos últimos seis meses e, infelizmente, está acontecendo hoje no Oriente Médio mantém o mundo em suspense. A cruel agressão em Israel perpetrada pelo Hamas, com a morte de 1.200 pessoas, a maioria civis pacíficos; o bombardeio em massa e a invasão da Faixa de Gaza, que deixou quase 34. 000 mortos, em sua maioria civis, muitos deles crianças; o ataque que destruiu o prédio de uma sede diplomática iraniana em Damasco; a resposta do Irã com ataques de drones e mísseis contra alvos militares israelenses e, hoje, a resposta de Israel atacando alvos militares no Irã: o risco de a escalada degenerar em escolhas sem retorno, arrastando o mundo inteiro para um conflito de consequências incalculáveis, torna-se mais real a cada dia.

Com o Papa Francisco, o único líder mundial de cujas palavras emerge uma consciência da trágica encruzilhada que enfrentamos, dizemos não à guerra, não à violência, sim à paz, sim à negociação. Há mais de vinte anos, após o ataque terrorista de 11 de setembro no coração dos Estados Unidos, São João Paulo II publicou uma mensagem significativa para o Dia Mundial da Paz intitulada "Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão". Palavras verdadeiras, palavras proféticas. A lógica da reação e da vingança, da resposta que sempre deve se seguir, desencadeia uma espiral da qual é difícil sair e cujas consequências catastróficas serão pagas pelos povos.

Paz (Foto: Religión Digital)

Em um mundo onde existem pessoas irresponsáveis que, em vez de investir na luta contra a fome, na melhoria dos serviços de saúde, na energia renovável, na criação de uma economia menos subserviente aos senhores das finanças e mais atenta ao bem comum, pensam apenas em investir enormes somas no rearmamento, nos instrumentos mais sofisticados para produzir morte e destruição, o apelo não pode deixar de ser dirigido à responsabilidade dos povos. Enquanto os crentes elevam orações a Deus para inspirar as escolhas dos governantes, milhões de pessoas unem suas vozes para elevar um grito de paz. A guerra é uma aventura sem retorno: em um mundo com arsenais repletos de armas nucleares, essas palavras dramaticamente verdadeiras se tornam cada vez mais reais a cada dia.

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