19 Janeiro 2023
Mursaal Nabizada tinha 32 anos assim como é possível tê-los numa condição que te coloca à dura prova e queima as etapas do crescimento.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, presidente da Pro Civitate Christiana, publicado por Mosaico di Pace, 18-01-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Alguns anos antes (2018), havia sido eleita para o Parlamento do Afeganistão. Mas não como às vezes acontece aqui porque a pessoa é próxima da direção do partido ou porque conquistou a simpatia do líder. Não tinha viés de subida a qualquer custo. Era paixão em estado puro.
Mursaal Nabizada. (Foto: reprodução | twitter)
Todos relatam que, após a mudança de regime, mesmo tendo tido a oportunidade de sair do país, optou por não abandonar o seu povo. As balas daqueles que escondem a sede de poder por trás de um fundamentalismo religioso fanático e cego a atingiram com um atirador diretamente em casa.
A morte de Mursaal Nabizada é uma morte que tem o sabor de santidade. E não importa se leiga ou de uma religião diferente. Certas escolhas de vida são universais a ponto de humilhar as nossas estreitezas mentais, políticas e sociais. No final Mursaal é vítima do furacão provocado no seu país não só pelos talibãs, mas também pelas potências estrangeiras, lideradas pelos EUA, que bombardearam, invadiram, tentaram controlar e abandonaram aquele território à sua sorte, deixando-o pior do que o haviam encontrado 20 anos antes.
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A santidade de uma mulher. Artigo de Tonio Dell’Olio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU