"Em Gaza, mais de dois milhões de pessoas precisam de tudo", constata Padre Romanelli

Foto: Molz Salhl/Anadolu Ajansi

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13 Dezembro 2025

Apesar de tudo, "eles vão celebrar o Natal", diz o pároco da Igreja da Sagrada Família em Gaza.

A informação é de Aica, publicada por Religión Digital, 12-12-2025.

O pároco da Sagrada Família, a única paróquia católica em Gaza, na Palestina, Padre Gabriel Romanelli Ive, afirmou que irão celebrar o Natal e alertou que "não há sinais de reconstrução" e que "mais de dois milhões de pessoas precisam de tudo".

"O mundo precisa saber que aqui existem mais de dois milhões de pessoas que não têm nada e precisam de tudo", disse o padre argentino à fundação internacional Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

A Igreja da Sagrada Família é a sede da única paróquia católica na cidade palestina de Gaza, e para o Pe. Romanelli, residente no Oriente Médio há mais de 27 anos, "a comunidade internacional deve deixar claro que, de acordo com o direito internacional, as pessoas têm o direito de viver em sua própria terra".

O governo israelense e o Hamas assinaram um cessar-fogo gradual em 9 de outubro de 2025, após a guerra em Gaza que foi desencadeada por um ataque deste grupo, que controla o enclave palestino no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.

"Não há sinais de reconstrução, a falta de recursos causa sofrimento e a falta de perspectivas deixa as pessoas agitadas", lamentou o pároco de Gaza, que acrescentou que algumas pessoas "tentaram limpar suas casas, ou o que restou delas", mas há falta de máquinas e a maior parte da infraestrutura essencial - água corrente, esgoto, eletricidade - está danificada.

O sacerdote do Instituto do Verbo Encarnado pediu apoio material, espiritual e moral para todos, cristãos e muçulmanos, porque "todos são humanos, sofrem na carne, na alma e no coração", e explicou que, "desde que os combates cessaram", o Patriarcado Latino de Jerusalém enviou "ajuda significativa" e apoiou "mais de 12 mil famílias", enquanto outras organizações forneceram frutas, verduras e itens de primeira necessidade.

"Precisamos rezar. Precisamos rezar muito. Pela paz e por todos os habitantes desta Terra Santa, seja em Gaza, na Palestina ou em Israel", insistiu o padre.

Celebrando o Natal em meio às tribulações

Romanelli também observou que eles irão celebrar o Natal, estão "decidindo o que organizar", mas já começaram os preparativos "ensaiando coros e dabkes (danças coletivas palestinas).

"Se as condições permitirem, talvez possamos organizar uma pequena exposição fora do nosso complexo", explicou o padre Gabriel Romanelli, que também quer visitar os doentes que vivem no complexo católico, bem como aqueles que já voltaram para casa, e levar-lhes presentes. Ele tem tentado conseguir chocolate "a qualquer preço", na esperança de que "isso lhes faça bem".

A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) informou que o complexo católico em Gaza abriga 450 pessoas deslocadas, incluindo 30 muçulmanos com deficiência e uma família muçulmana; cerca de 60 pessoas foram transferidas para outros alojamentos ou retornaram para suas casas, mas continuam a visitar o complexo para obter água potável e carregar seus telefones celulares.

Desde o início do cessar-fogo, já foram realizadas três expedições ao litoral. A última, em 21 de novembro, trouxe 130 deslocados, incluindo idosos, doentes e famílias, além de crianças entre 3 e 5 anos, nascidas pouco antes da guerra, que viram o oceano pela primeira vez.

Segundo o padre Gabriel Romanelli, o ano letivo de 2025-2026 também começou com aulas para 150 crianças e adolescentes deslocados, e as três escolas católicas em Gaza continuam a acolher famílias deslocadas.

Na cidade de Gaza, a paróquia de São Porfírio (Igreja Ortodoxa Grega) e a paróquia da Sagrada Família (Igreja Católica) têm servido de refúgio para centenas de civis desde o início da guerra e também foram atacadas pelas forças militares israelenses.

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