Historiador da Igreja: Francisco desperdiçou a maior oportunidade de seu pontificado

Foto: Arquidiocese de Malta

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30 Setembro 2025

O Papa Francisco demonstrou desconfiança na teologia, enfraqueceu o Colégio Cardinalício e deixou questões-chave sem resposta, enfatiza um historiador da Igreja. Sua conclusão: a oportunidade para a reforma da Igreja foi desperdiçada.

A reportagem é publicada por Katholisch.de, 29-09-2025.

O historiador eclesiástico italiano Alberto Melloni acusa o Papa Francisco de ter desperdiçado a oportunidade de reformar a Igreja. Em um artigo para a edição de outubro do "Herder Korrespondenz", Melloni escreve que Francisco desperdiçou o que foi, sem dúvida, a maior oportunidade de seu mandato no Sínodo Mundial.

Alarmado pelo Caminho Sinodal Alemão, cujos mecanismos supostamente democráticos o Papa, falecido em abril, temia, Francisco criou dois sínodos "cujo método, por definição, não permite decisões e, em última análise, expurga até mesmo esse método das questões mais sensíveis". O resultado foi preocupante: "A sinodalidade se tornou não o assunto de decisões, mas o assunto de decepções".

Desconfiança da teologia

Melloni também critica Francisco por não ter resolvido questões em aberto sobre a recepção do Concílio. Sua desconfiança em relação à teologia era grande demais, "da qual ele só aceita a abordagem 'de joelhos' – uma expressão piedosa que, no entanto, não impede a mediocridade". Além disso, ele agiu como um superior jesuíta, "que ouve a todos, mas decide sozinho". Ao mesmo tempo, o Colégio Cardinalício, que Francisco deliberadamente fragmentou e destituiu, era fraco demais para se opor a isso.

Melloni é professor de história do cristianismo na Universidade de Modena-Reggio Emilia. Ele também ocupa a Cátedra UNESCO de Pluralismo Religioso e Paz na Universidade de Bolonha e dirige a Fundação João XXIII para Estudos da Religião em Bolonha. Melloni é especialista no Concílio Vaticano II (1962-1965).

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