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A Geração Z, a insegurança e a frustração. Artigo de Robson Ribeiro

Foto: CJ Dayrit | Unsplash

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27 Setembro 2025

"A frustração da Geração Z, portanto, não é apenas uma experiência geracional, mas um espelho de nossas contradições coletivas. Reconhecê-la é o primeiro passo para não cair na armadilha de reduzi-la a desinteresse ou fraqueza. Pelo contrário, trata-se de uma oportunidade de repensar a sociedade e a educação em sua dimensão ética, relacional e política", escreve Robson Ribeiro, teólogo, filósofo e professor. É formado em História, Filosofia e Teologia, áreas nas quais trabalha como professor em Juiz de Fora (MG).

Eis o artigo.

A frustração da Geração Z, grupo nascido aproximadamente entre os anos de 1997 e 2010, caracterizada por ser a primeira geração de "nativos digitais" que cresceu imersa na tecnologia, internet e smartphones, apontada pela professora da Universidade de Nova York, Suzy Welch, revela uma ruptura histórica entre promessas e realidades. Quando a professora afirma que esses jovens “não têm razões para acreditar que algum dia terão segurança econômica”, precisa ser lida não como um mero dado conjuntural, mas como expressão de uma mudança estrutural na forma como as gerações se relacionam com o trabalho, a economia e a própria ideia de futuro.

Já entre os baby boomers, pessoas nascidas no período pós-Segunda Guerra Mundial, aproximadamente entre 1946 e 1964, havia uma narrativa coletiva relativamente sólida: estudar, conseguir um bom emprego, ascender socialmente, construir patrimônio e, com isso, garantir estabilidade. Essa lógica linear conectava esforço a recompensa e dava sentido à trajetória pessoal. No entanto, a Geração Z encontra-se num contexto profundamente distinto, em que a volatilidade dos mercados, a aceleração tecnológica e as crises ambientais e sociais corroem a confiança no amanhã. O que antes era horizonte de conquista agora se apresenta como um vazio ou como uma promessa inalcançável.

Em meus artigos anteriores, já destaquei como essa geração vive em tensão permanente com a autoridade e com as instituições. Se, por um lado, deseja referências e segurança, por outro não reconhece nelas legitimidade ou estabilidade. Esse paradoxo reflete o que Zygmunt Bauman chamou de “modernidade líquida”: um tempo em que nada permanece, em que as relações, os empregos e até os valores se tornam descartáveis. Para os boomers, o mundo oferecia mais solidez; para a Geração Z, tudo se apresenta fluido e instável. É essa liquidez que mina as condições de segurança e transforma o futuro em fonte de angústia.

Byung-Chul Han, por sua vez, aprofunda essa análise ao mostrar como a sociedade atual é marcada pelo desempenho e pela hipertransparência. Os jovens da Geração Z vivem sob um imperativo constante de mostrar produtividade, reinventar-se e expor-se sem cessar nas redes sociais. Contudo, esse excesso de exigência gera um paradoxo: quanto mais se esforçam, menos percebem o retorno concreto desse investimento. O esforço deixa de ser gratificante e passa a ser exaustivo. Como já ressaltei em minhas reflexões sobre educação, isso desemboca numa espécie de inoperância relacional: há conexão em excesso, mas vínculos em falta; há presença digital, mas ausência de enraizamento humano.

É nesse cenário que a frustração da Geração Z se torna compreensível. Não se trata de apatia, mas de uma tristeza difusa e de uma descrença nas narrativas que antes davam sentido à vida coletiva. A promessa meritocrática, tão cara aos boomers, deixou de se cumprir, e os jovens percebem a falência dessa lógica. O resultado é um desencanto que se manifesta tanto no campo econômico quanto nas relações sociais e afetivas.

Aqui se revela uma tensão que também atravessa a educação. Como já argumentei em outros textos, espera-se que a escola forme sujeitos autônomos, críticos e protagonistas. No entanto, ela mesma está inserida em uma sociedade que não oferece horizontes sólidos nem condições estáveis para sustentar essa autonomia. A Geração Z, nesse sentido, não se recusa ao aprendizado ou ao trabalho, mas questiona o valor de investir em um futuro que parece sempre prestes a desmoronar.

Diante disso, a análise de Bauman e Han nos ajuda a compreender que não é apenas a juventude que está em crise, mas o próprio mundo adulto que já não consegue transmitir estabilidade nem autoridade. Se a modernidade líquida dissolve as certezas, e a sociedade do desempenho asfixia pela cobrança constante, cabe perguntar: que horizontes ainda podem ser oferecidos? Como educadores, pensadores e cidadãos, precisamos recuperar não apenas estruturas econômicas, mas sobretudo sentidos que possam reencantar o futuro e fortalecer vínculos humanos.

No campo educacional, a Geração Z enfrenta dilemas que refletem diretamente essas tensões sociais e econômicas. A escola, que em outras épocas funcionava como um trampolim seguro para a mobilidade social, hoje já não consegue oferecer a mesma promessa. O diploma, antes garantia de inserção profissional e estabilidade, tornou-se apenas um requisito mínimo, sem assegurar necessariamente melhores condições de vida. Isso gera uma contradição: os jovens continuam investindo em sua formação, mas percebem que o retorno esperado é cada vez mais incerto.

Além disso, a educação formal muitas vezes se mostra desconectada da realidade líquida e hiperacelerada em que esses jovens estão inseridos. A exigência de protagonismo, criatividade e resiliência convive com estruturas escolares ainda rígidas, centradas em modelos de autoridade que a própria Geração Z questiona. Em meus artigos já destaquei esse paradoxo: espera-se que a escola prepare para um futuro instável, mas sem oferecer ferramentas concretas para lidar com a fragilidade dos vínculos, a ansiedade diante do amanhã e a pressão por desempenho constante.

Nesse sentido, pensar a educação da Geração Z exige mais do que adaptar currículos ou investir em tecnologias. É necessário reconstruir espaços de diálogo, fortalecer vínculos de confiança e oferecer horizontes de sentido que ajudem os jovens a resistirem à lógica da liquidez e da autoexploração. Como lembram Bauman e Han, não se trata apenas de preparar para o mercado, mas de formar sujeitos capazes de cultivar vínculos humanos autênticos e encontrar significado em meio à instabilidade do mundo contemporâneo.

A frustração da Geração Z, portanto, não é apenas uma experiência geracional, mas um espelho de nossas contradições coletivas. Reconhecê-la é o primeiro passo para não cair na armadilha de reduzi-la a desinteresse ou fraqueza. Pelo contrário, trata-se de uma oportunidade de repensar a sociedade e a educação em sua dimensão ética, relacional e política — como já venho defendendo em meus escritos sobre a necessidade de reconstruir vínculos significativos e cultivar uma cultura de resistência à lógica da liquidez e da autoexploração.

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