Parolin: "Estamos à beira do desastre; a escalada é assustadora." A Flotilha? "Ainda bem que estamos ajudando Gaza"

Pietro Parolin (Foto: Vatican Media)

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12 Setembro 2025

Secretário de Estado do Vaticano: "O presidente israelense nos garantiu que eles não ocuparão a Faixa; veremos os fatos." Charlie Kirk: "Não à violência, mesmo quando discordamos”

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por La Repubblica, 12-09-2025. 

"Estamos à beira do abismo; a escalada é assustadora." O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, ecoou as palavras do Presidente Sergio Mattarella e, questionado por jornalistas à margem de um evento no Vaticano, falou sobre a escalada russa e a situação em Gaza.

O Presidente Isaac Herzog, segundo o principal assessor do Papa, informou que Israel "não ocupará" a Faixa de Gaza, mas "infelizmente" o exército israelense não para. Quanto à Flotilha Global Sumund, "qualquer coisa que possa ajudar o povo de Gaza a sair desta crise e da fome que está enfrentando é útil".

Em Gaza, "resistência admirável"

Israel não está parando? "Infelizmente", respondeu Parolin à margem de uma conferência sobre ecologia integral organizada pela Pontifícia Academia de Teologia na Casina Pio IV, nos Jardins do Vaticano, "apesar dos muitos apelos feitos, inclusive pela Igreja Católica e pelo Cardeal Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém. No entanto", continuou, "eles estão demonstrando uma capacidade de resistência verdadeiramente admirável: permanecem, permanecem ao lado das pessoas com deficiência e não querem ceder à violência. Eu enfatizaria esse aspecto. Certamente, os palestinos não estão parando, mas querem continuar a permanecer apesar de tudo".

O presidente israelense Isaac Herzog, recebido na semana passada no Vaticano, "nos garantiu que não haverá ocupação de Gaza", relatou Parolin. "Ele falou explicitamente sobre isso, que o que está sendo dito não corresponde à verdade, portanto não haverá ocupação de Gaza pelos israelenses". E o senhor acredita nisso? "Dou boa-fé a todos, depois é uma questão de ver os fatos".

Flotilha e fome na Faixa

Como a Santa Sé avalia operações humanitárias como a Flotilha Global Sumud? 

"Todas as operações humanitárias que podem ajudar a aliviar a crise humanitária na região são úteis, por isso as avaliamos positivamente", respondeu Parolin. "Qualquer coisa que possa ajudar o povo de Gaza a sair desta crise e da fome que está enfrentando é útil."

Quanto a um grupo de padres que apresentará um documento na próxima segunda-feira para denunciar o genocídio em Gaza, "eles terão encontrado no que está acontecendo os elementos para fornecer essa definição", comentou Parolin. "Ainda não o fizemos. Isso precisará ser cuidadosamente estudado; as condições devem estar reunidas para fazer tal declaração."

Com Mattarella, a Santa Sé se mobiliza

De forma mais geral, estamos realmente à beira de um precipício? 

"Sim, acredito que estamos à beira: concordo com essa análise, no sentido de que há uma escalada assustadora", respondeu Parolin. Após os drones russos que atingiram a Polônia e o alerta do presidente Sergio Mattarella, evocando um cenário semelhante ao de 1914, "concordo com essa análise", observou Parolin, "estamos realmente em um momento de grande perigo. Se não houver um momento de reconsideração do caminho que tomamos, corre-se o risco de uma escalada sem fim e, portanto, até mesmo da eclosão de uma guerra mais ampla". A Santa Sé, nesse contexto, "está fazendo todo o possível: a diplomacia está buscando contato com todos os protagonistas, estamos dialogando, estamos insistindo: essas são as ferramentas que temos à nossa disposição para tentar deter essa escalada".

Charlie Kirk, "Somos contra a violência"

Em relação ao assassinato de Charlie Kirk nos Estados Unidos, "somos contra qualquer tipo de violência", comentou Parolin. "Acreditamos que devemos ser muito tolerantes e respeitosos com todos, mesmo que não compartilhemos as mesmas perspectivas, as mesmas declarações, os mesmos pensamentos. Mas se não formos tolerantes e respeitosos e recorrermos à violência, teremos um grande problema na comunidade internacional e nacional."

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