15 Julho 2025
Desde 11 de julho, o blog Messa in latino foi bloqueado pelo Google e não está mais visível. Ele ainda existe e está ativo no X (antigo Twitter). O blog nasceu em 2007, na esteira do motu proprio Summorum pontificum de Bento XVI, sobre a celebração da missa no rito antigo. Desde 2013, o blog tem sido uma voz fortemente crítica ao pontificado de Francisco e às suas medidas contra a celebração da missa no rito latino.
A informação é de Fabrizio Mastrofini, publicada por Settimana News, 15-07-2025.
Na internet, o blog foi removido. E a comunicação é seca: "Lamentamos, o blog no endereço lamessainlatino.blogspot.com foi removido". A notícia correu o mundo e foi comentada por sites e vaticanistas de diversas nacionalidades. O blog, de fato, ao longo dos anos, havia conquistado não apenas um tráfego consistente, mas também sua credibilidade por antecipações e indiscrições sobre o Vaticano.
De acordo com as notícias vazadas, a remoção foi motivada aos proprietários por uma comunicação em inglês que alegava a violação das diretrizes da comunidade do Google. Especificamente, os administradores do blog foram acusados de violar a política de incitação ao ódio (hate speech) com alguns conteúdos. Nada mais, e, sobretudo, nenhuma especificação sobre quais conteúdos, em particular, teriam propagado tal incitação ao ódio. Os administradores do blog naturalmente anunciaram um recurso, cujos prazos não são facilmente previsíveis. Em todo caso, a decisão do Google levantou uma onda de indignação entre os blogs e sites católicos conservadores.
Para além das posições específicas, uma visão mais equilibrada deveria levar em conta alguns fatores, pelo menos na opinião de quem escreve.
Certamente, alguns sites católicos conservadores tiveram e mantêm uma escrita fortemente crítica ao pontificado do Papa Francisco e a alguns setores ou pessoas que, na Cúria e na Igreja, se mostraram solidários ao Papa. Ainda não se vê uma tendência semelhante em relação ao Papa Leão XIV, mas estamos em uma fase inicial do pontificado e, portanto, de espera. No entanto, contra o Papa Francisco, ao longo dos anos, a partir da exortação apostólica Amoris laetitia e das supostas aberturas para divorciados e recasados, desencadeou-se uma verdadeira campanha contrária ao Papa, acusado de heresia.
O pico foi atingido com o memorial de Monsenhor Viganò, divulgado em 2018, coincidindo com o retorno do Papa da viagem à Irlanda para a Jornada Mundial das Famílias. Memorial – diga-se de passagem – que, entre outras coisas, continha acusações com nomes e sobrenomes para demonstrar a existência de um suposto "lobby gay" na Igreja. O texto do memorial nunca foi "banido" ou removido da Rede, apesar das pesadas acusações nele contidas.
A escrita crítica por parte de muitos sites tradicionalistas frequentemente resultou em ofensas, insultos, declarações e posts em redes sociais decididamente pesados. Um estudo muito detalhado nesse sentido, com a análise e publicação dos principais posts cheios de insultos, relativo à Pontifícia Academia para a Vida (PAV), como exemplificação de uma tendência geral, foi publicado em 2023 (Followers Contro. Twitter scompiglia la Chiesa, Marcianum Press, Veneza) e atualizado no número 2/2025 da revista La Scuola Cattolica (Contro Papa Francesco. Un "disordine informativo pianificato"). Lendo esses textos e sua rica documentação, percebe-se claramente como nunca antes foram tomadas providências contra os autores de conteúdos com insultos, ofensas e incitação ao ódio.
Quem escreve – permito-me citar uma experiência pessoal – em diversos casos sinalizou a presença nas redes sociais de conteúdos enganosos ou de expressões de ódio diretas contra a PAV, contra seu presidente (Monsenhor Vincenzo Paglia), contra o Papa Francisco, considerado obviamente o principal responsável pelo novo rumo da PAV que, no julgamento dos sites tradicionalistas, era animado pela intenção de desmantelar o Magistério Moral de João Paulo II. Em nenhum caso os administradores das redes sociais (Twitter, depois X, e Facebook) consideraram, na época, que deveriam intervir ou dar explicações sobre a sua falta de intervenção. Pode-se compreender, portanto, como as denúncias dos usuários são geralmente pouco ouvidas. Exceto, aparentemente, no caso em questão, o do blog Messa in latino, o que levanta algumas perguntas legítimas sobre as efetivas intenções da medida.
Outra pergunta diz respeito à "competência" de quem emite medidas restritivas. Se as razões não são explicadas de forma detalhada, pode-se suspeitar que se trata de censura e não de intervenções para proteger os usuários.
Também aqui um caso pessoal pode servir de exemplo. Três anos atrás, não foi possível escrever uma entrada na Wikipédia sobre um conhecido teólogo moralista italiano, professor em diversas Universidades Pontifícias. Ele é certamente um dos teólogos de ponta da Pontifícia Academia para a Vida e do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II de Roma. Mas, para os revisores da Wikipédia, isso não bastava para justificar a necessidade de dedicar a ele uma entrada "enciclopédica". Rejeição sem apelo, apesar de o texto elaborado respeitar os requisitos da "enciclopédia livre". E, ao pedido de poder acessar um nível de verificação superior ao revisor anônimo, a resposta foi que não era possível justamente pelas características da "enciclopédia livre", cujo caráter de revisão é "horizontal". Pode ser "horizontal", mas neste caso operou-se uma censura, tendo em mente que, pelo menos em alemão, uma entrada sobre o teólogo em questão existe há muito tempo.
No caso do blog Messa in latino, está certamente em questão a liberdade de imprensa e seu significado na era das redes sociais, na era da Internet e de todas as formas de comunicação que se tornam possíveis na rede. Seria necessário, no entanto, um debate mais amplo, também dentro do mundo eclesial, para aumentar a capacidade de distinguir entre conteúdos informativos confiáveis, posições ideológicas de vanguarda ou de retaguarda, colocando o usuário dos próprios conteúdos na posição de um observador capaz de formar um julgamento documentado.
Como escreve Nicholas Carr (Superbloom, Cortina, Milão 2025), a mídia eletrônica cria uma hiperrealidade na qual estamos imersos – onlife, diria Luciano Floridi – mas, ao mesmo tempo, reconfigura a realidade para se adaptar ao que a hiperrealidade oferece, portanto, a proliferação de notícias falsas e de teorias da conspiração.
No caso específico, fechar o blog Messa in latino certamente não ajuda a purificar o discurso dos "conteúdos de ódio" e da hiperrealidade; uns e outros existem e existirão independentemente. Além disso, o caráter decididamente extemporâneo desta intervenção não facilita uma discussão serena sobre os mídias digitais e seus efeitos.
A polarização eclesial permanece forte. Por trás dela, escondem-se interesses econômicos e políticos tácitos, mas bastante evidentes, se olharmos, por exemplo, para as políticas sociais discriminatórias da administração Trump e as justificativas oferecidas pelo vice-presidente, o católico JD Vance. E os apelos do Papa Leão XIV a uma pacificação dentro da Igreja, movidos pelo desejo de encerrar ou limitar esta fase de extrema polarização, precisariam de uma estratégia comunicativa decisiva e clara para se tornarem eficazes.