Leão XIV nomeia primeiro bispo chinês, sinalizando que está dando continuidade ao polêmico acordo do Vaticano

Foto: Press Office of the Polish Bishops’ Conference | Divulgação

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13 Junho 2025

O Papa Leão XIV fez sua primeira nomeação de um bispo chinês sob o acordo de 2018 entre o Vaticano e Pequim, sinalizando que está dando continuidade a uma das decisões de política externa mais controversas do Papa Francisco.

A informação é publicada por Vatican News, 11-06-2025. 

O Vaticano expressou satisfação com o fato de que a nomeação de Dom Joseph Lin Yuntuan como bispo auxiliar de Fuzhou, feita por Leão em 5 de junho, foi reconhecida nesta quarta-feira pelas autoridades chinesas.

Em comunicado, o Vaticano afirmou que a posse de Lin na diocese e o reconhecimento civil de sua nomeação “constituem mais um fruto do diálogo entre a Santa Sé e as autoridades chinesas e representam um passo significativo no caminho comunitário da diocese”.

Francisco provocou críticas entre conservadores ao aprovar o acordo em 2018 sobre a nomeação de bispos — questão que havia sido o ponto mais divisivo nas relações entre o Vaticano e a China desde o rompimento dos laços diplomáticos, quando os comunistas chegaram ao poder. A China insistia no direito exclusivo de nomear bispos como questão de soberania nacional, enquanto o Vaticano defendia o direito exclusivo do papa de nomear os sucessores dos Apóstolos.

Os cerca de 12 milhões de católicos chineses estavam divididos entre uma igreja oficial, controlada pelo Estado e que não reconhecia a autoridade papal, e uma igreja clandestina que permaneceu fiel a Roma durante décadas de perseguição. O Vaticano tentou por décadas unificar o rebanho, e o acordo de 2018 visava sanar essa divisão, regularizando a situação de sete bispos que não eram reconhecidos por Roma e descongelando décadas de distanciamento entre a China e o Vaticano.

Os detalhes do acordo de 2018 nunca foram divulgados, mas ele concede à igreja controlada pelo Estado certa influência na escolha de seus líderes religiosos, embora Francisco tenha insistido que manteve o poder de veto sobre a escolha final.

O acordo foi criticado por alguns, especialmente pela ala direita católica, por ter cedido às exigências de Pequim e traído os fiéis da igreja clandestina na China. O Vaticano afirmou que foi o melhor acordo possível e que ele vem sendo renovado periodicamente desde então.

Uma das grandes questões de política externa enfrentadas por Leão, o primeiro papa americano da história, era se ele continuaria renovando o acordo ou se atenderia às exigências dos conservadores e faria algumas mudanças.

Houve aparentes violações por parte de Pequim, com algumas nomeações unilaterais realizadas sem o consentimento do papa. A questão chegou ao auge pouco antes do conclave que elegeu Leão papa, quando a igreja chinesa prosseguiu com a eleição preliminar de dois bispos — uma etapa que antecede a consagração oficial.

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