Franciscanos homenageiam Bartolomeu I, Leonardo Boff e outros por seu cuidado com a nossa Casa Comum

A Bartolomeu I, o Prêmio Laudato si': “toda ação contra o meio ambiente é um pecado grave”. (CREDIT: OFM)

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03 Junho 2025

A Ordem dos Frades Menores (OFM), em colaboração com a Pontifícia Universidade Antonianum, realizou no dia 30 de maio a entrega dos Prêmios Laudato Si’, coincidindo com o centenário do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis e o 10º aniversário da encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco.

A informação é publicada por Religión Digital e reproduzida por Crux, 31-05-2025.

Os homenageados com o Prêmio Laudato Si’ foram:

  • Sua Beatitude Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla, por sua voz profética em favor do cuidado da criação, como expressão do ecumenismo cristão.

  • O teólogo Leonardo Boff, por sua reflexão que vincula justiça social à justiça ambiental.

  • A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), representada por seu presidente, Dom Rafael Cob García, vigário apostólico de Puyo, no Peru, por sua defesa dos povos amazônicos e da sabedoria ancestral que protege os pulmões verdes do planeta.

  • O Movimento Laudato Si’, representado por sua diretora executiva, Lorna Gold, por transformar a encíclica do Papa Francisco em ações concretas nas comunidades ao redor do mundo.

“Os prêmios que estamos entregando hoje não são simples reconhecimentos, mas símbolos de um chamado universal à conversão ecológica”, declarou o Ministro Geral da Ordem, Frei Massimo Fusarelli, dizendo que a celebração não apenas honra dois momentos-chave na história da espiritualidade franciscana e do ensinamento social da Igreja, mas também busca reconhecer indivíduos e instituições que encarnam a visão da ecologia integral. “Cada premiado representa uma dimensão única desse compromisso.”

Entrega do prêmio ao teólogo Leonardo Boff | Foto: OFM

Fusarelli também incentivou a “reconhecer toda a criação como dom de Deus e louvá-la junto com todas as criaturas”, afirmando que a atual crise ecológica é também uma crise espiritual e antropológica, que exige uma resposta abrangente: conversão do coração, mudança de estilos de vida e transformação das estruturas sociais e econômicas.

“Qualquer ação humana que prejudique o meio ambiente deve ser considerada um pecado grave”, afirmou o Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla, expressando sua convicção de que “sem uma verdadeira conversão da humanidade, o problema ecológico não poderá ser resolvido”.

“A Igreja primitiva compreendia amplamente a importância da relação da humanidade com a criação e tudo o que ela abrange, a partir das sagradas escrituras”, disse Bartolomeu em seu discurso. No entanto, “ao longo da história, a humanidade, e às vezes até mesmo as igrejas, ainda não compreenderam a relação intrínseca e sempre presente entre o Criador, a criação e o que foi criado”.

Para Bartolomeu, o problema reside “na atual orientação econômica, movida pela maximização de lucros sem permitir que a natureza se regenere, relegando a proteção da nossa casa comum a uma mera ideologização dos movimentos ecológicos”.

Por sua vez, o teólogo Leonardo Boff afirmou: “o grande desafio está em fazer a transição de ‘senhor e dono’, que está acima da natureza e a explora até o esgotamento, para ‘irmão e irmã’, que se tratam como tais.”

Bartolomeu I recebe o prêmio Laudato si' | Foto: OFM

Nesse sentido, Dom Rafael Cob García, ao receber o prêmio da REPAM, incentivou os fiéis, durante o Ano Jubilar, a “caminhar como peregrinos da esperança rumo àquele paraíso que Deus nos promete”.

Representando o Movimento Laudato Si’, Lorna Gold destacou que “o Movimento Laudato Si’ é um milagre do Espírito Santo na Igreja e no mundo de hoje”, reconhecendo, por sua vez, que “não estou aqui por meus méritos, mas porque o Espírito tocou os corações de milhões ao redor do mundo para ouvir o clamor da terra e dos pobres”.

“Estamos diante de um ponto de inflexão ecológico que se tornou uma crise generalizada de consciência. Portanto, como povo de fé, devemos nos unir para transformar este momento escuro em um kairós”, afirmou Gold.

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