Não podemos “continuar a fechar os olhos ao Sudão”, apelam organizações cristãs

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16 Abril 2025

O Sudão está a viver “a maior e mais devastadora crise humana do mundo” e “a comunidade internacional não pode continuar a fechar os olhos”. O apelo é feito por diferentes organizações cristãs num comunicado conjunto divulgado esta terça-feira, 15 de abril, data em que se assinala o segundo aniversário da guerra naquele país.

A informação é publicada por 7MARGENS, em 15-04-2025

Assinado pela Cáritas África, Caritas Internationalis, Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Conferência das Igrejas de África, Associação das Conferências Episcopais Membros da África Oriental e pela Aliança ACT, o comunicado alerta que mais de 30 milhões de pessoas (o que corresponde a mais de metade da população do Sudão) “necessitam de assistência urgente”, mas o Sudão e o seu povo continuam a ser “deixados na sombra, à medida que a crise continua a aumentar e as pessoas lutam para sobreviver”.

“A situação no Sudão é terrível e sem um forte impulso concertado para as conversações de paz o conflito só irá piorar. (…) Temos de atuar de forma decisiva para levar as partes à mesa de negociações e trabalhar no sentido de uma resolução sustentável do conflito”, pode ler-se no texto, redigido na sequência de um encontro entre os líderes das diferentes organizações que teve lugar em Londres.

O comunicado assinala que, só na passada sexta-feira, 11 de abril, um ataque lançado pelas Forças de Apoio Rápido (RSF) e milícias aliadas nos campos de deslocados de Zamzam e Abu Shorouk e na cidade vizinha de el-Fasher, a capital da província de Darfur do norte, provocou pelo menos uma centena de mortos, incluindo vinte crianças e nove trabalhadores humanitários.5

Um grupo de relatores da ONU confirma, numa nota divulgada esta terça-feira, que “a crise de fome extrema enfrentada pelo Sudão é a pior de todo o mundo. Com os pequenos produtores a ter de escapar da violência, o sistema de cultivo foi levado ao colapso. O preço do trigo e do sorgo está 100% mais caro do que no ano passado”.

Além disso, há “dezenas de milhares de casos de cólera e dengue” e “outra preocupação grave é com a violência sexual, que se tem tornado uma arma de conflito no Sudão”.

A mesma nota da ONU News refere ainda dados da Unicef que indicam que o número de menores a precisar de ajuda humanitária duplicou, tendo passado de 7,8 milhões em 2023 para 15 milhões.

Citado no comunicado conjunto das organizações católicas, o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirma que “dois anos deste conflito brutal e sem sentido devem servir de alerta para que as partes deponham as armas e para que a comunidade internacional aja. O Sudão não deve permanecer neste caminho destrutivo”.

Também no último domingo, o Papa havia já assinalado o “triste” segundo aniversário do início do conflito no Sudão, “com milhares de mortes e milhões de famílias forçadas a abandonar as próprias casas”.

“O sofrimento das crianças, das mulheres e das pessoas vulneráveis clama aos céus e implora-nos a agir. Renovo o meu apelo às partes envolvidas, para que ponham fim à violência e assumam caminhos de diálogo, e à comunidade internacional, para que não falte a ajuda essencial às populações”, escreveu Francisco, na reflexão preparada para o Angelus.

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