11 Abril 2025
A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 10-04-2025.
Em meio à tempestade financeira causada pela política tarifária agressiva (e errática) definida pelo presidente Donald J. Trump, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) e a Jubilee USA Network propuseram ao inquilino da Casa Branca, em uma carta conjunta datada de 8 de abril, o cancelamento de uma parte da dívida devida à maior potência mundial por vários países em desenvolvimento, de acordo com a OSV News.
“O alívio da dívida e a reestruturação constituem uma política econômica e de segurança eficaz, fortalecendo a liderança global da nossa nação”, observaram dom A. Elias Zaidan, presidente da Comissão Justiça e Paz Internacional da USCCB, e Eric LeCompte, diretor executivo da Jubilee USA Network, na carta conjunta.
“Em média, países em desenvolvimento estrategicamente importantes gastam atualmente mais de 40% de sua renda a serviço da dívida. Quase 800 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de fome e quase 700 milhões vivem em extrema pobreza”, afirma a carta a Trump, enfatizando que “a redução da ajuda externa de países desenvolvidos para países em desenvolvimento nos últimos seis anos ressalta a urgência dos esforços do nosso país para implementar políticas significativas de alívio da dívida ”.
De acordo com as Nações Unidas, a dívida externa dos países em desenvolvimento — dinheiro devido a credores estrangeiros — quadruplicou em duas décadas, atingindo um recorde de US$ 11,4 trilhões em 2023, o equivalente a 99% de suas receitas de exportação.
Este pedido das entidades religiosas é enquadrado por dois fatos de grande relevância. Por um lado, assim que assumiu seu segundo mandato como presidente em 20 de janeiro, Trump ordenou um congelamento quase total de toda a ajuda externa dos distribuída por meio dos programas multibilionários da USAID, piorando significativamente a situação já precária de muitos desses países e suas populações.
Além disso, esta carta conjunta chega em meio ao Jubileu da Esperança, durante o qual o Papa Francisco pediu às nações e instituições mais desenvolvidas que reduzam ou cancelem diretamente a dívida dos países mais pobres do mundo.