27 Abril 2024
O arcebispo observador da Santa Sé na ONU interveio ontem em Nova York no Fórum Ecosoc dedicado ao financiamento ao desenvolvimento: uma cooperação global pode ajudar os países em dificuldade a investir nos setores cruciais da sociedade.
A reportagem é de L’Osservatore Romano, publicada por Vatican News, 25-04-2024.
Uma oportunidade para renovar a cooperação mundial e o compromisso de agir com coragem, respondendo às necessidades dos países em situações especiais, garantindo o fornecimento e a mobilização de financiamentos para enfrentar suas prioridades de desenvolvimento. Essa é a quarta Conferência Internacional sobre Financiamento do Desenvolvimento, que será realizada no próximo ano na Espanha, segundo as palavras de Dom Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dentro do debate geral do Fórum sobre o financiamento do desenvolvimento no âmbito do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc).
O sucesso do evento de 2025, observou Caccia, será medido por sua capacidade de “oferecer soluções concretas para o enfrentamento dos numerosos desafios” dos países em desenvolvimento a esse respeito: o mais importante, ele destacou, ressaltando como a questão é de “particular interesse” para a Santa Sé, é a necessidade de “lidar com o agravamento da crise da dívida” nessas nações. Para muitos países em desenvolvimento, ele destacou, a dívida tornou-se “um fardo insustentável que impede seu desenvolvimento”.
É preocupante, acrescentou o prelado, que 4 a cada 10 pessoas no mundo vivam em países onde o governo gasta mais com o pagamento de juros do que com educação ou saúde: uma realidade como essa, observou ele, não é compatível com o desenvolvimento sustentável, exortando a uma “mudança significativa” na abordagem da dívida para promover o desenvolvimento humano integral, a inclusão social e a equidade. Por meio da remissão e reestruturação da dívida, os países em desenvolvimento – também foi lembrado – podem ser libertados de uma dívida insustentável, permitindo que realizem investimentos justamente nas áreas da saúde, educação, trabalho e proteção social.
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Gabriele Caccia: a dívida dos países em desenvolvimento, “um fardo insustentável” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU