10 Abril 2025
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (9) que vai suspender por 90 dias seu pacote de tarifas aduaneiras que visavam as importações de dezenas de países, incluindo os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. No entanto, o chefe de Casa Branca informou que a pausa não deve beneficiar a China, que será submetida a tarifas ainda mais elevadas. O mercado financeiro, estremecido nos últimos dias em razão dos anúncios de Trump, reagiu imediatamente.
A reportagem é publicada por RFI, 09-04-2025.
Trump anunciou em sua rede Social Truth que vai reduzir as tarifas impostas ao resto do mundo para 10% temporariamente. Por outro lado, informou que pretende impor tarifas de 125% sobre os produtos chineses.
“Por causa do desrespeito da China pelos mercados globais (...), estou aumentando as tarifas sobre a China para 125%”, escreveu o presidente norte-americano, acrescentando que “ao mesmo tempo, por causa da disposição de mais de 75 países em negociar, autorizei uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com vigência imediata” para outros países, completou.
O anúncio de Trump é feito após uma verdadeira queda de braço entre Washington e Pequim nas últimas horas, com trocas de farpas de ambos os lados e anúncios seguidos de aumentos de tarifas. Em sua declaração oficial mais recente, a China havia respondido ao tarifaço de Trump impondo 84% de taxas sobre produtos americanos importados. A medida foi tomada por Pequim depois que os Estados Unidos impuseram novas tarifas a quase 60 países e, para os produtos chineses, a medida representa uma taxa acumulada de 104%.
Falando logo após o anúncio de Trump, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, culpou Pequim pela escalada das tensões comerciais. Ele disse ainda que não vê na situação uma espécie de "guerra", e acusou as políticas econômicas chinesas de serem "a principal fonte dos problemas comerciais dos Estados Unidos e, de fato, um problema para o resto do mundo".
A pausa anunciada por Trump teve um impacto imediato no mercado financeiro, febril desde que a escalada de tarifas vem sendo revelada aos poucos pelo presidente norte-americano. A Bolsa de Valores de Nova York disparou: o índice Dow Jones subiu 5,61%, o Nasdaq 7,44% e o S&P 500 6,22%.
Os preços do petróleo, que vinham enfrentando dificuldades no início da sessão, também aumentaram. Por volta das 14h30 pelo horário de Brasília, o preço do barril de petróleo bruto Brent do Mar do Norte subia 0,97%, sendo cotado a US$ 63,43, depois de ter caído mais de 5% durante a sessão e atingir brevemente seu nível mais baixo desde fevereiro de 2021. Seu equivalente nos EUA, o West Texas Intermediate, ganhou 1,17%, para 60,28 dólares, depois de também cair mais de 5%.