A emotiva carta que o Papa leu de um jovem ucraniano: "Quando você se lembrar dos mil dias de sofrimento, lembre-se dos milhares de dias de amor"

Foto: Vatican Media

Mais Lidos

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

21 Novembro 2024

  • Uma audiência geral muito especial foi vivida nesta quarta-feira, 20 de novembro, em uma chuvosa Praça de São Pedro, onde o Papa mencionou os mil dias da guerra na Ucrânia – completados ontem – e leu uma emotiva carta de um jovem ucraniano.

  • Durante os cumprimentos pessoais, o Papa apertou a mão de Olena Zelenska, esposa do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que foi vista emocionada em alguns momentos da audiência geral.

A informação é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 20-11-2024.

Na carta, o jovem ucraniano pediu ao Papa que, "quando falar sobre nossa dor e se lembrar dos mil dias de sofrimento, também se lembre dos milhares de dias de amor, porque somente o amor, a fé e a esperança dão um verdadeiro significado às feridas".

"Ontem completaram-se mil dias desde a invasão da Ucrânia. Uma memória trágica para as vítimas e pela destruição que causou, mas, ao mesmo tempo, vergonhosa para toda a humanidade", começou dizendo o Papa durante os cumprimentos aos peregrinos, após a habitual catequese.

"Isso não deve nos desanimar nem nos afastar do povo martirizado da Ucrânia. Precisamos nos comprometer com a paz para que o diálogo substitua as armas e o encontro prevaleça sobre o desencontro", acrescentou Francisco.

Uma mensagem da Ucrânia para o mundo inteiro

"Anteontem, recebi — continuou o Papa lendo — uma carta de um jovem de uma universidade da Ucrânia, que diz assim: 'Padre, quando nesta quarta-feira você se lembrar do meu país e tiver a oportunidade de falar ao mundo inteiro sobre o milésimo dia desta terrível guerra, não fale apenas do nosso sofrimento, mas também seja testemunha da nossa fé, que, mesmo imperfeita, não perde o seu valor. Pinte com pinceladas generosas o quadro de Cristo Ressuscitado."

"Houve muitas mortes nesses dias. Viver em uma cidade onde um míssil mata e fere dezenas de pessoas, testemunhar tantas lágrimas, é difícil. Eu gostaria de ter fugido, queria voltar a ser uma criança abraçada pela mãe, teria preferido ficar em silêncio, mas agradeço a Deus porque, através dessa dor, aprendo a amar mais. Pois a dor não é apenas um caminho para a raiva e o desespero, mas, se fundamentada na fé, é um grande mestre do amor.

Pai, se a dor machuca, isso significa que você ama. Portanto, quando falar da nossa dor e se lembrar dos mil dias de sofrimento, lembre-se também dos milhares de dias de amor, porque somente o amor, a fé e a esperança dão um verdadeiro significado às feridas."

Posteriormente, durante os cumprimentos pessoais, o Papa apertou a mão de Olena Zelenska, esposa do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que foi vista emocionada em alguns momentos da audiência geral.

Leia mais