13 Novembro 2024
O vice-presidente, que chefia a delegação brasileira em Baku, citou protagonismo do Brasil em economia verde e contestou as críticas à nova NDC do país.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 13-11-2024.
Estreante em Conferências da ONU sobre Mudanças Climáticas, o vice-presidente Geraldo Alckmin discursou nesta 3a feira (12/11) no primeiro dia da cúpula de líderes internacionais da COP29 de Baku, no Azerbaijão. Chefe da delegação brasileira, o vice de Lula defendeu a nova contribuição nacionalmente determinada (NDC) sob o Acordo de Paris, apresentada de forma intrigante na última 6a feira (8), e reiterou que o Brasil “está determinado a ser protagonista” da economia verde.
“Precisamos de medidas concretas e no ritmo necessário. Terei a honra de apresentar nessa COP29 a NDC do Brasil. Nossa meta reflete nossa mais alta ambição: a redução de emissões de até 67% até 2035, comparada ao ano de 2005”, disse Alckmin. “A meta é ambiciosa, certamente, mas também factível. Para isso, entretanto, precisamos juntos assegurar as condições e os meios de implementação adequados”.
Ainda sobre a NDC brasileira, Alckmin destacou que ela “reflete a visão de um país que se volta para o futuro e que está determinado a ser protagonista da nova economia global com energias renováveis, combate à desigualdade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável.”
O vice-presidente também defendeu que os países cheguem a um entendimento em Baku sobre o futuro do financiamento climático e lembrou que o sucesso da COP29 neste item “é parte fundamental para o sucesso da COP30”, que será sediada no Brasil em 2025.
Apesar da defesa feita por Alckmin, a nova NDC brasileira segue sendo alvo de críticas de ambientalistas. O g1 destacou a avaliação do Observatório do Clima, que considerou as novas metas de mitigação do Brasil desalinhadas ao objetivo de 1,5°C de aquecimento do Acordo de Paris.
Além do discurso na cúpula de líderes internacionais, Alckmin também participou ontem da inauguração do pavilhão do Brasil na COP29, um espaço para eventos paralelos e discussões sobre temas nacionais em Baku. As ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) também participaram da abertura. A InfoMoney deu mais detalhes.
Em sua fala, Marina afirmou que a conclusão das negociações em torno do financiamento climático na COP29 será essencial para o cumprimento dos novos compromissos dos países sob o Acordo de Paris. “O indicador de sucesso desta COP com certeza está nos mecanismos de financiamento. Sem os meios de implementação, não haverá como tirá-los [compromissos] da teoria para a prática”, disse, citada por O Globo.
O discurso de Alckmin na COP29 foi destacado por Capital Reset, Correio Braziliense, Estadão, Folha, Metrópoles, R7 e Valor, entre outros.
A NDC a ser apresentada pelo Brasil em Baku não trará metas específicas para os diferentes setores da economia. Segundo a CNN Brasil, Lula e Alckmin avaliaram que “um anúncio neste momento para os segmentos da economia, poderia até mesmo inviabilizar o anúncio de uma meta na COP29.” Metas setoriais provavelmente serão estabelecidas no Plano Clima a ser lançado em algum momento de 2025.
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Meta climática do Brasil é “ambiciosa”, mas factível”, diz Alckmin na COP29 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU