05 Agosto 2024
Ataque aconteceu após saída da Força Nacional da região de Douradina; no Paraná, indígenas Ava Guarani afirmam que vão “resistir até última gota de sangue”.
A informação é publicada por ClimaInfo, 05-08-2024.
Enquanto o ministro Gilmar Mendes propõe “conciliar” o inconciliável – o inconstitucional marco temporal –, a violência contra os Povos Indígenas continua escalando. Em Douradina (MS), um ataque armado de fazendeiros deixou 10 indígenas Guarani-Kaiowá feridos. E no Paraná, indígenas Ava Guarani continuam cercados por fazendeiros após retomarem parte de seu território, invadido por fazendas.
Indígenas baleados na cabeça e no pescoço em ataque no MS seguem internados, mas sem risco de morte https://t.co/RfrtZFEwfj .
— Jornal O Globo (@JornalOGlobo) August 4, 2024
O ataque na Terra Indígena Lagoa Panambi, em Douradina, ocorreu no início da tarde de sábado (3/8), informaram o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Segundo o CIMI, as agressões começaram logo após a saída de agentes da Força Nacional do local, que chegaram a dizer para um dos indígenas “pega teu Povo e sai daqui ou vocês vão morrer”, antes de deixar a região, informa O Globo.
O Leandro Barbosa segue no território dos indígenas Guarani Kaiowas que estão sob ataque. Jornalismo corajoso demais. Apoiem! https://t.co/HksuM4Z5cO
— Gabriel Dread Olímpico (@gabrieldread) August 4, 2024
Dos 10 indígenas feridos, três continuavam internados no domingo, mas sem risco de morte, segundo informações da equipe médica fornecidas a representantes do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério dos Povos Indígenas (MPI). A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) mobilizou o atendimento e precisou de apoio do Corpo de Bombeiros com ambulância para deslocar a Dourados os feridos com mais gravidade. Depois de pressões, a Força Nacional voltou para a área, segundo o CIMI.
A APIB tem uma ADPF sobre a situação de violência no Estado de Mato Grosso do Sul. Só que até o presente momento o pedido cautelar ainda encontra-se pendente de apreciação. Peticionamos os últimos acontecimentos no Estado e esperamos uma resposta da corte. pic.twitter.com/H0KeYCPPrh
— Mauricio Terena (@terenamauricio) August 4, 2024
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, condenou os ataques aos Guarani-Kaiowá e disse que o governo procura alternativas para garantir o território desses Povos, segundo a Folha. “Ali há um problema grave. Na década de 60, aquelas áreas foram destinadas pelo Estado a produtores, sejam médios ou grandes. Mas o compromisso do governo é de dar uma resposta para um dos Povos mais perseguidos, inclusive com violência e eliminação dessas comunidades”, disse.
O que o governo federal fez, diante de tanta violência contra os Guarani Kaiowá, foi insuficiente. Os atos criminosos e selvagens promovidos por milícias do agronegócio seguem. Notas não resolverão a questão! Proteção imediata e demarcação sim!
— Diogo Cabral (@Diogotapuio) August 4, 2024
SOS GUARANI KAIOWÁ pic.twitter.com/OA007g8E2l
A situação também continua tensa no Paraná. Cercados por ruralistas e caminhonetes desde que, em 5 de julho, retomaram parte de seu território ancestral sobreposto por fazendas no oeste do Paraná, indígenas Ava Guarani afirmam que vão “resistir até a última gota de sangue” aos despejos determinados pela Justiça, relata o Brasil de Fato.
“Força Nacional está protegendo mais o não indígenas do que nós”, diz liderança após ataque no MS
— Brasil de Fato (@brasildefato) August 4, 2024
Investida de jagunços terminou com dez indígenas feridos no sábado (3); dois deles estão hospitalizados em estado gravehttps://t.co/kX2alowS7p
Em julho, os indígenas fizeram sete retomadas dentro da área já delimitada, mas com processo demarcatório estagnado, da Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá. Acatando o pedido de fazendeiros, o juiz João Paulo Nery dos Passos Martins, da 2ª Vara Federal de Umuarama, emitiu seis ordens de reintegração de posse.
Os Kaiowá estão sendo atacados neste momento. Um trator acaba de destruir o local sagrado dos indígenas. A FN nada faz, diante de tamanha violência. Essa é a denúncia do vídeo.
— Leandro Barbosa (@Barbosa_Leandro) August 4, 2024
SOS GUARANI KAIOWÁ pic.twitter.com/vzh1DveR2d
O Globo, Metrópoles, Estado de Minas, Diário do Centro do Mundo, UOL, Terra, Campo Grande News repercutiram o ataque contra os indígenas.
Acampamento do MST é incendiado em MS; entidade defende que ato foi retaliação após apoio a retomadas de indígenas https://t.co/hkdOfhUhAF .
— Jornal O Globo (@JornalOGlobo) August 4, 2024
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Ataque de fazendeiros fere 10 indígenas Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul - Instituto Humanitas Unisinos - IHU