Live ocorre às 10h e integra o Ciclo de Estudos que discute a desmasculinização da Igreja
Mesmo que hoje saibamos que o mundo é plural e que exercer a fé no credo que mais lhe convém é um direito de todas as pessoas, ainda assim há resistências. Quando se fala das comunidades LGBTQIA+, tais resistência são mais fortes e até truculentas, fruto de uma sociedade heteronormativa que insiste em ditar as suas regras. Não à toa o mês de junho foi escolhido como mês de Orgulho para estas comunidades, não só como forma de manifestar sua própria existência, mas de mostrar que uma outra sociedade, mais livre e plural, é possível.
A Igreja, como organismo vivo no mundo, também está inserida neste contexto. São diversas as comunidades LGBTQIA+ que se anunciam como seguidoras de Cristo e desejam professar sua fé católica.
Assim, neste contexto e animados pelas provocações do Papa Francisco para acolhemos todas e todos na Igreja, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, no mês do Orgulho, traz esta discussão na live de hoje, às 10h, e que tem como título A tarefa de desmasculinizar a Igreja: um olhar a partir das comunidades LGBTQIA+. A atividade é online, gratuita, e pode ser acessada através do vídeo abaixo ou dos canais do IHU.
Participam do debate Maria Cristina Furtado, do Grupo de Pesquisa Diversidade Sexual, Cidadania e Religião, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio; Suzana Moreira, da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+; e Lula Ramires, do Grupo de Ação Pastoral da Diversidade que atua em São Paulo. Saiba mais sobre cada um de nossos convidados.
Doutora em Teologia Sistemática Pastoral pela PUC-Rio, é especialista em Educação, PUCRS, psicóloga, pelo Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte. Também realizou doutorado sanduiche em Violência de Gênero, na visão de René Girard, na Universidade de Roehampton, em Londres. É diretora do Centro de Estudos de Gênero, Diversidade sexual e violências, no Rio de Janeiro, onde trabalha como pesquisadora, e como psicóloga atende a mulheres, mulheres que sofrem violência, e pessoas LGBT.
Maria Cristina Furtado (Foto: Acervo pessoal)
É membro fundador do Grupo de pesquisa Diversidade sexual, Cidadania e Religião, PUC-Rio. Membro da Sociedade Brasileira de Teologia Moral, e da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião. Membro fundador da rede TEOMULHER e membro da Rede brasileira de Teólogas.
Como professora, atua nos cursos de extensão A Igreja e as pessoas LGBT; Igreja e atendimento pastoral às pessoas LGBT, no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP. Faz parte do Coletivo Cris Serra, do núcleo Madalenas, e do Grupo Abraço Cristão, na Rede de Católicos LGBT.
Autora de artigos, capítulos de livro ligados a psicologia, educação e teologia. Autora do livro A inclusão de todas/os/es. Uma leitura da violência de gênero: mulheres e LGBTQIA+ (Ed. Recriar, 2022). E lançará. no segundo semestre de 2024, pela Editora Vozes, o livro A Igreja e as pessoas LGBTAIPQN+: Atendimento pastoral com base no amor incondicional de Deus.
É um dos coordenadores do Grupo de Ação Pastoral da Diversidade – GAPD, que reúne, desde 2010, leigas e leigos católicos LGBTQIA+ que buscam reafirmar sua identidade cristã e seu pertencimento à Igreja Católica. É formado em Filosofia e mestre e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo – USP. Sua pesquisa de mestrado foi sobre jovens gays no Ensino Médio e, no doutorado, sobre trajetórias de estudantes de Educação a Distância.
Lula Ramires (Foto: acervo pessoal)
Também é ativista do movimento LGBT sendo um dos precursores da 1ª Parada do Orgulho na Av. Paulista em 28-06-1997. Tem experiência em projetos de formação continuada de professoras/es em Gênero e Diversidade Sexual no ambiente escolar, tendo ministrado cursos sobre bullying e outras formas de preconceito e discriminação a diversas categorias profissionais.
Foi um dos primeiros a se casar legalmente com outro homem em 2012, na esteira da decisão do Supremo Tribunal Federal que equiparou as uniões homoafetivas aos casais heterossexuais. Representa o GAPD junto à Rede Global de Católicas/os do Arco-Íris e participa de articulações internacionais que propugnam reformas na Igreja para reaproximá-la de suas origens e do Evangelho de Jesus Cristo.
Integra a Coordenação de Pastoral do Santuário da Santa Cruz da Reconciliação, animada pelos Missionários Combonianos. É tradutor técnico e professor de língua inglesa. Amante da culinária, acredita que a verdadeira Eucaristia ocorre quando nos reunimos como filhas e filhos de Deus, portanto como irmãs e irmãos, em torno da mesa de uma refeição. É tutor de Mommy, Blue, Cookie e Brownie, seus inseparáveis gatos.
É também conhecida como Suzi Teóloga nas redes sociais. Teóloga leiga e ativista socioambiental, é mestra em teologia sistemático-pastoral pela PUC-Rio, com a dissertação O corpo é o que nos une: uma antropologia teológica integral a partir da teologia da libertação latino-americana. Faz parte do Núcleo Madalenas da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT, participa do Movimento de Espiritualidades Libertadoras e colabora com os cursos formativos ecumênicos e inter-religiosos do CESSEP.
Suzana Moreira (Foto: acervo pessoal)
É também educadora popular na Bendita Mezcla, projeto de formação teológica de base para juventudes latino-americanas ligado a Amerindia. Trabalhou por mais de dez anos como tradutora e intérprete de português, inglês e espanhol, tendo algumas de suas traduções publicadas como Mysticism and Witness in Koinonia: Inspiration from the Martyrdom of Two Twentieth-Century Communities de Maria Clara Bingemer (Cascade Books, 2023), A chegada de um Deus selvagem de Jaime Tatay (Vozes, 2021), Hermenêuticas & teologias de Juan Stam (Saber Criativo, 2018).
Hoje, atua junto ao Movimento Laudato Si' como gerente de Programas para Conversão Ecológica e é uma das coordenadoras do Comitê Diretivo ecumênico do Tempo da Criação, ambos em nível mundial. Suzana se dedica ao ativismo climático, à ecoteologia, teologia ecofeminista e teologias da libertação latino-americana. Passa o tempo tocando música, contemplando a natureza e dançando sobre suas pernas de pau para manter o equilíbrio de sua teologia atravessada pela experiência concreta do corpo.
Pela própria trajetória destes participantes do encontro, fica evidente que a discussão acerca das comunidades LGBTQIA+ não é de hoje. Pelo contrário, a luta é longuíssima. Nas páginas do IHU, o tema é recorrente. Confirma alguns textos, entrevistas e entrevistas publicadas.