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Petróleo na Guiana: a arrogância do colonizador e a resposta colonizada

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10 Abril 2024

"Ao reclamar – com razão – da crítica do colonizador-poluidor, presidente da Guiana defende modelo econômico explorador de combustíveis fósseis de quem colonizou seu país".

A opinião é de Alexandre Gaspari, jornalista, em artigo publicado por ClimaInfo, 08-04-2024.

Eis o artigo.

A “bronca” que o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, deu no jornalista inglês Stephen Sackur, host do programa HARDTalk, da BBC, ao ser questionado sobre produção de combustíveis fósseis e emissões, tomou conta das redes sociais nos últimos dias. O problema é que o embate virou um “certo-ou-errado” que, na prática, validou os planos das grandes petroleiras e – pior – reforçou o esquema colonialista que tem mantido o Sul Global à margem do desenvolvimento socioeconômico. 

O presidente de Guiana lavou a alma dos países pobres e em desenvolvimento nesta entrevista à BBC. De uma só vez, ele expôs a hipocrisia completa e a arrogância dos países ricos, colonizadores, e ainda jogou na cara do entrevistador que veículos da grande imprensa ocidental, como… pic.twitter.com/B018kqCDNs

— Pragmatismo Politico (@Pragmatismo_) April 1, 2024

Relembrando o episódio: o país sul-americano, uma ex-colônia britânica, tornou-se o novo eldorado global dos combustíveis fósseis nos últimos anos, devido às descobertas de imensas reservas de petróleo. Ao ser criticado por Sackur pelas emissões de gases de efeito estufa dessa energia suja, Ali atacou a hipocrisia do entrevistador, já que a Inglaterra é um dos países que criou as bases da exploração tanto de combustíveis fósseis como de outros povos – a nação é o berço da Revolução Industrial, vale lembrar. Além disso, argumentou que a Guiana, cuja maior parte do território é ocupada pela Floresta Amazônica, não recebe um centavo dos países ricos por esse serviço ambiental e climático. Por isso, segundo Ali, o país será net-zero em emissões mesmo explorando todo o seu petróleo.

Há décadas os países ricos, depois de causarem estragos sem precedentes ao meio ambiente e ao clima do planeta, fingem pressionar os países pobres a abandonarem as práticas exploratórias criadas (e ainda sustentadas) por eles próprios como “solução” para estancar a crise climática. Fingem, porque há um discurso por parte dos Estados e uma prática totalmente oposta por parte de empresas e investidores. Já nações pobres, mas ricas em recursos minerais, querem agora explorá-los ao máximo, com o argumento de que somente assim se tornarão “desenvolvidos” e ricos – argumento este que ganha contornos mais concretos com as promessas de investimentos de grandes petroleiras internacionais. Sem falar na questão da justiça histórica: afinal, foram séculos de exploração pelos países colonizadores, com impactos socioambientais incalculáveis como efeito da colonização.

A fala de Sackur é a perfeita representação da arrogância do Norte Global. Desde o século 19 os países ricos e suas corporações queimam combustíveis fósseis como se não houvesse amanhã, não apenas em seus territórios, mas nos países pobres, pouco se importando com o estrago. E assim jogaram trilhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera, que nos trouxeram à crise climática atual. Apesar disso, em décadas de negociações climáticas, o pagamento por esse mal é protelado ao máximo e feito  a conta-gotas, mesmo se sabendo que já estamos atrasados e que precisamos de trilhões de dólares a cada ano para estabilizar o clima do planeta.

A hipocrisia do Norte global denunciada pelo presidente Ali é reforçada pelo fato de que 63% do petróleo produzido na Guiana no 1º semestre do ano passado teve como destino a Europa, como mostrou a Reuters. Para manter as sanções comerciais aos combustíveis fósseis russos após a guerra da Ucrânia, os europeus não se fizeram de rogados e buscaram fornecimento em mercados emergentes – e o país sul-americano foi um deles.

Para piorar, a exploração do petróleo guianense é feita justamente pelo Norte Global que Ali tanto critica – mais especificamente por uma petroleira estadunidense bastante conhecida da comunidade climática, a ExxonMobil. Sim, a mesma empresa que desde os anos 1970 sabia que o petróleo causa o aquecimento global e que empreendeu esforços e recursos milionários para esconder e distorcer essa informação. Ainda que a Guiana esteja sendo beneficiada de alguma forma pela renda dos combustíveis fósseis, há suspeitas de corrupção e desrespeito às leis ambientais na relação Exxon-Governo Ali, como mostrou o Intercept no ano passado. Enfim, a reprodução de um típico modelo colonizador-colonizado.

Ao “apontar o dedo na cara” de Sackur, o presidente da Guiana escancara a contradição. O problema é que ao fazer isso, ele acaba defendendo não só uma atividade econômica que agravará as mudanças climáticas que atingem mais o Sul Global, ao qual seu país pertence. Defende também um modelo econômico colonialista, que transfere renda do Sul para o Norte Global e que mantém a riqueza nas mãos de um pequeno grupo de investidores. Além disso, não há floresta em pé que consiga capturar o dióxido de carbono e outros gases gerados por novos projetos de combustíveis fósseis. Ser net-zero não livra a Guiana dessa responsabilidade, que é global e conjunta, e não nacional.

As reservas de combustíveis fósseis da Guiana vêm sendo apontadas como a “solução” para o enriquecimento do país, que tem cerca de 800 mil habitantes e já foi considerado um dos mais pobres do planeta. A visão de que “petróleo gera riqueza” é compartilhada pelo ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, para defender a exploração na foz do Amazonas. No entanto, a riqueza do petróleo, que se concentra na mão de poucos, não é suficiente para compensar as bilionárias perdas causadas pelo aquecimento global que ela gera. Não custa lembrar que algumas dessas perdas são incalculáveis e irreparáveis: as vidas de milhões de pessoas que faleceram ao redor do mundo em eventos extremos ou por doenças decorrentes das alterações do clima. 

Essa conta climática e ambiental é paga justamente por quem não ganhou nada: os mais pobres. Assim, até mesmo entre os guianenses há um misto de esperança e ceticismo com os combustíveis fósseis, mostra a BBC. Sem contar que Ali desconsidera totalmente o potencial de novos modelos de desenvolvimento, como a sociobioeconomia – uma alternativa já mapeada para a Amazônia brasileira e que poderia ser adaptada para o país vizinho.

O desejo do presidente da Guiana de desenvolver seu país e levar bem-estar à sua população é justo e digno. No entanto, usar a exploração de combustíveis fósseis como caminho para isso é adotar uma resposta colonizada, que reproduz o modelo exploratório do colonizador e que no fim não trará o que se espera. 

Mohamed Irfaan Ali faz bem ao cobrar dos países ricos o pagamento pela conta do estrago que fizeram no clima do planeta. Mas não pode usar a irresponsabilidade do Norte Global como justificativa para aumentar esse estrago com o petróleo da Guiana.

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