A UNRWA denuncia que o governo de Benjamin Netanyahu anunciou que não permitirá mais a passagem de caminhões pelo norte do território.
A reportagem é publicada por El Salto, 25-03-2024.
Philippe Lazzarini, chefe da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA), anunciou no domingo que o governo israelense informou o seu gabinete que não permitirá que nenhum comboio de ajuda humanitária se dirija ao norte do território de Gaza, onde as condições de fome pioram.
Juliette Touma, porta-voz da UNRWA em Gaza, denunciou que a decisão, que se segue a um veto não explícito à entrega de ajuda humanitária, afeta 250 mil pessoas. Segundo Touma, a agência não consegue entregar alimentos naquela área desde 29 de janeiro. “A última decisão é mais um prego no caixão”, denunciou o chefe de comunicações da UNRWA.
A Organização Mundial da Saúde, por meio de seu diretor Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a decisão de Israel nega efetivamente “a capacidade de sobrevivência das pessoas famintas”.
O porta-voz da UNRWA sublinhou que esta não é a única medida de punição coletiva tomada por Israel em relação ao norte. Segundo Touma, o governo de Tel Aviv rejeitou um pedido da ONU para enviar uma equipe ao hospital Al-Shifa, no norte de Gaza, para evacuar os feridos.
Mais de 32 mil pessoas já morreram em consequência da campanha de extermínio iniciada por Israel após o ataque do Hamas e das milícias palestinas em 7 de outubro. Não há sinal de um cessar-fogo imediato, apesar dos esforços das Nações Unidas. António Guterres, secretário-geral da ONU, expressou confiança de que há uma exigência crescente para evitar que as Forças Armadas Israelenses destruam Rafah, onde sobrevive a maior parte da população palestina, a maioria deles deslocada pelos ataques que já duram quase seis meses.
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