05 Fevereiro 2024
- Diante da plenária da Doutrina da Fé, o Papa reitera que as bênçãos pastorais endossadas pela declaração de dezembro "não requerem perfeição moral" e são "para as pessoas" e não para os casais. "As bênçãos pastorais e espontâneas querem mostrar concretamente a proximidade do Senhor e da Igreja a todos aqueles que, estando em situações diferentes, pedem ajuda para continuar, às vezes para iniciar, um caminho de fé", disse o pontífice.
- O Papa também pediu pela defesa da "dignidade" do ser humano, diante de um documento que está sendo preparado pelo Dicastério, ao mesmo tempo que destacou os "sacramentos", pois "a vida da Igreja é alimentada e cresce graças a eles", o que leva a que "os ministros necessitam de atenção especial, cuidado ao administrá-los e em revelar aos fiéis os tesouros de graça que comunicam".
A reportagem é de Hernán Reyes Alcaide, publicada por Religión Digital, 26-01-2024.
Em um gesto forte de apoio à declaração Fiducia Supplicans, que em dezembro endossou as chamadas bênçãos "pastorais" a pessoas em situação de irregularidade canônica, incluindo casais do mesmo sexo, o papa Francisco afirmou hoje que a intenção é "mostrar a proximidade da Igreja" àqueles que "buscam ajuda" para um caminho de fé e que se trata de um gesto "em direção à pessoa, não em direção à união", que, além disso, não exige uma "perfeição moral" para ser concedida.
"As bênçãos pastorais e espontâneas querem mostrar concretamente a proximidade do Senhor e da Igreja a todos aqueles que, estando em situações diferentes, pedem ajuda para continuar, às vezes para iniciar, um caminho de fé", afirmou o pontífice ao receber os membros do Dicastério para a Doutrina da Fé, o órgão que publicou em dezembro a declaração "Fiducia Supplicans" que abre a porta para as bênçãos a casais homossexuais.
Gesto forte de apoio
"Gostaria de destacar brevemente duas coisas: a primeira é que essas bênçãos, fora de qualquer contexto e forma litúrgica, não exigem perfeição moral para serem recebidas", acrescentou o Papa diante do órgão dirigido pelo cardeal argentino Víctor Manuel "Tucho" Fernández.
A segunda, quando um casal se aproxima espontaneamente para pedir, não se abençoa a união, mas simplesmente as pessoas que o solicitaram juntas. Não o casal, mas as pessoas, levando em consideração naturalmente o contexto, as sensibilidades, os lugares em que vivem e as formas mais adequadas de fazê-lo", afirmou Francisco.
As palavras do pontífice são um gesto forte de apoio à declaração que foi resistida por bispos conservadores de todo o mundo, especialmente na África, onde se recusaram a abençoar casais irregulares, incluindo os de pessoas do mesmo sexo.
No encontro de hoje, Francisco convocou os membros do Dicastério guardião da ortodoxia a "refletir novamente e com maior paixão sobre alguns temas", como por exemplo "o anúncio e a comunicação da fé no mundo atual, especialmente entre as gerações mais jovens; a conversão missionária de estruturas eclesiais e agentes pastorais; as novas culturas urbanas, com seu conjunto de desafios, mas também de novas questões de significado; finalmente e acima de tudo, a centralidade do querigma na vida e na missão da Igreja".
No encontro desta sexta-feira, o Papa também pediu pela defesa da "dignidade" do ser humano, diante de um documento que está sendo preparado pelo Dicastério, ao mesmo tempo que destacou os "sacramentos", pois "a vida da Igreja é alimentada e cresce graças a eles", o que leva a que "os ministros precisam de atenção especial, cuidado ao administrá-los e em revelar aos fiéis os tesouros de graça que comunicam".
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Francisco e uma forte defesa da Fiducia Supplicans: "quer mostrar a proximidade da Igreja" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU