Na celebração do culto da Reforma protestante no templo do Redentor, localizado na cidade velha, o bispo da Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e Terra Santa, Sani Ibrajim Azar, afirmou que “é muito difícil falar em esperança aqui em Jerusalém”, quando muitos se perguntam “quando será a nossa vez?”.
A reportagem é de Edelberto Behs.
Ao contrário de anos anteriores, disse, a cidade velha está quase deserta. “A vida em Jerusalém está paralisada e há uma grande tensão. Além dos nossos cultos regulares de domingo, quase não há eventos ou outras reuniões, pois as pessoas têm medo de sair de casa. Não há confiança entre o povo, palestinos e israelenses, e um tem medo do outro”.
A guerra em Gaza paralisou a vida em Jerusalém. “Os cristãos na Terra Santa estão todos relacionados ou têm laços estreitos entre si. Cada família aqui tem membros e amigos em Gaza”, arrolou o bispo Azar, e muitos já perderam parentes nesta guerra.
Azar frisou que é importante distinguir entre palestinos e o Hamas. “Como cristãos palestinos, estamos aqui há muitos anos. Podemos não ser reconhecidos, mas apelamos à reconciliação”. Como cristãos e como povo, “somos contra toda a violência, contra o que está acontecendo em Gaza e contra os ataques do Hamas. Ninguém tem o direito de acabar com a vida de outra pessoa. Contudo, o problema para os palestinos não começou com o ataque do Hamas. Este problema existe desde 1948”, disse.
O bispo anglicano Husam Naoum foi o pregador convidado no culto da Reforma, também assistido pelo patriarca ortodoxo grego, Teófilo III, que recebeu a solidariedade dos luteranos pelos falecidos no ataque aéreo ao complexo da Igreja Ortodoxa.
Azar pede a oração de irmão e irmãs de outras partes do mundo, que rezem pelos cristãos na Terra Santa “e pelo direito dos palestinos de viverem aqui”.
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