07 Agosto 2023
"Bem, esses jovens parecem nos dizer: se não agora, quando? Se não nós, quem?", escreve Danilo Di Matteo, médico e filósofo italiano, em artigo publicado por Settimana News, 06-08-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Maurizio Belpietro zomba das revoluções do passado, marcadas pelo sangue e pela violência, que, no entanto, representaram basicamente o resultado da incapacidade dos poderes constituídos de se renovarem de forma adequada. E depois as aproxima às iniciativas, fundamentalmente não violentas da geração millenial destinadas a combater eficazmente as mudanças climáticas e, de forma mais geral, a deriva autodestrutiva da humanidade.
Na realidade, parece-me que a "revolução verde" promovida pela geração "Greta" se inspire implicitamente no rabino Hillel, que viveu entre o século I a.C. e o século I da nova era: “Se eu não for por mim, quem o será? E, se eu for só por mim, que serei eu? E, se não agora, quando?" (Talmude). Uma frase que condensa um universo: o indivíduo, a sociedade, o devido tempo.
Sim, o kairós, aquele dos gregos e aquele bíblico. Como recorda Giacomo Marramao num livro-entrevista ao jornalista Francesc Arroyo, segundo o Evangelho de Mateus (capítulo 16, versículos 2 e 3), Jesus disse, respondendo aos fariseus e aos saduceus: “Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.
E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos?” E acrescenta o filósofo: “A virtude cardeal da política reside toda – precisamente – na capacidade de apreender os sinais dos tempos", no identificar o tempo oportuno, o kairós.
Bem, esses jovens parecem nos dizer: se não agora, quando? Se não nós, quem?
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Se não agora, quando? Artigo de Danilo Di Matteo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU