01 Junho 2023
A funcionária das Nações Unidas participa de mesa de discussão sobre o papel da mulher no desenvolvimento sustentável da América Latina.
A reportagem é de Carlos S. Maldonado, publicada por El País, 31-05-2023.
Apenas 42% das mulheres latino-americanas estão inseridas no mercado de trabalho formal e apenas 7% delas ocupam cargos gerenciais em empresas do setor privado, uma amostra não só da desigualdade que afeta as mulheres na região, mas também da falta de oportunidades. Apesar disso, o trabalho não remunerado das mulheres representa entre 20 e 25% do produto interno do continente, um esforço que mostra que o crescimento da região depende em grande parte delas. “Os países crescem nos ombros das mulheres que trabalham de graça”, disse María Noel Vaeza, diretora regional da ONU Mulheres.
Vaeza participou de uma mesa de discussão sobre o papel da mulher no desenvolvimento sustentável da América Latina junto com a Ministra da Educação da Colômbia, Aurora Vergara; Rosa Junquera, diretora de sustentabilidade da PRISA; e Aimée Sentmat de Grimaldo, presidente do Banistmo de Panamá. A mesa faz parte do encontro Dialogue of Women of America, que aconteceu nesta quarta-feira no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México.
Vaeza enfatizou a importância de reconhecer o trabalho de cuidado realizado pelas mulheres, do qual depende o bem-estar das famílias, mas também o crescimento econômico dos países da região. Essa contribuição, disse ela, foi demonstrada durante a pandemia de covid-19, quando as mulheres desempenharam um papel importante na proteção de suas famílias e da sociedade. “A pandemia deixou claro que o cuidado é um trabalho importante, se não fosse pelas mulheres, teria havido mais vítimas da pandemia”, disse o funcionário da ONU. Vaeza defendeu que esse trabalho de cuidado seja reconhecido como um motor de desenvolvimento, o que significa que também deve ser pago. “Quando as mulheres entram no setor privado, essas empresas produzem 30% ou têm 40% a mais de participação no mercado. Nosso continente não vai crescer sem as mulheres”, disse Vaeza.
Nesse sentido, Aimée Sentmat de Grimaldo afirmou que o setor privado deve ser um ator mais ativo quando se trata de gerar mais oportunidades para a participação das mulheres no mercado de trabalho, o que significa garantir seu acesso a sistemas de financiamento. “O setor privado tem que entender que deve trabalhar junto com os governos. Ser aliados de governos em iniciativas globais. Avançamos, mas na velocidade que estamos avançando não vamos enfrentar os desafios”, afirmou.
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“Os países crescem nos ombros das mulheres que trabalham de graça”, constata María Noel Vaeza, da ONU Mulheres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU