08 Fevereiro 2023
A campanha beneficia jovens e mulheres africanas, mas a mensagem principal é dirigida aos homens. “Parceria com Homens e Meninos para Transformar Normas Sociais e de Gênero para Acabar com a Mutilação Genital Feminina” é o tema da campanha encetada pelas Nações Unidas na segunda-feira, 6 de fevereiro, Dia Internacional de Tolerância Zero a essa prática desumana.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
A ONU estima que 4,2 milhões de meninas podem ser vítimas de mutilação genital feminina (MGF) este ano, e que a população de sobreviventes dessa intrusão seja superior a 200 milhões de mulheres. Uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é erradicar de vez a prática nociva até 2030.
“Sete em cada dez mulheres e meninas que vivem em países com alta prevalência de MGF achem que a prática deve terminar”, revelou a diretora do Escritório de Genebra do Fundo da ONU para a População (UNFPA), Monica Ferro. Essa agressão ao corpo de meninas, jovens e mulheres viola os direitos humanos e limita suas oportunidades de viver uma vida com saúde, educação e com dignidade.
Cidadãos de Guiné-Bissau vivendo na diáspora em Portugal criaram a Associação Amigos de Farim, que denuncia essa prática em seu país natal. Esse não é um assunto restrito às mulheres, disse para a ONU News Sona Fati, uma guineense vivendo no país europeu. “É um assunto da mulher, é um assunto do homem e um assunto de todos nós enquanto sociedade. E todos nós somos preciosos para a luta”, frisou.
Ao pedir urgência para a eliminação da MGF, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a prática é uma das manifestações mais cruéis do patriarcado que permeia o mundo, com danos permanentes à saúde física e mental de mulheres e meninas.
A campanha está nas redes sociais: #MenEndFGM.
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ONU quer urgência para acabar com prática patriarcal contra mulheres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU