Ucrânia: apelo de S.B. Shevchuk, “a dor mais profunda é a justificação cristã da guerra, começando pelo Patriarca de Moscou Kirill”

Foto: Vatican News

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15 Mai 2023

Durante este período, nenhuma palavra foi ouvida contra a guerra nem expressões de solidariedade, pelo menos aos próprios fiéis ortodoxos residentes na Ucrânia, por parte dos líderes da Igreja do Patriarcado de Moscou. Quem expressou isso hoje foi Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana, falando na conferência da Universidade Lumsa dedicada à Rússia e à Ucrânia. “A dor mais profunda – disse o arcebispo maior dos greco-católicos ucranianos – é ouvir a justificação cristã da guerra russa contra a Ucrânia, ou seja, o apoio e a perfeita sintonia da Igreja Ortodoxa Russa com a ideologia do “mundo russo”.

A reportagem é publicada por SIR, 13-05-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Começando pelo Patriarca de Moscou Kirill até os propagandistas, até os sacerdotes ortodoxos que metodicamente justificam esses crimes, a mensagem cristã está sendo explorada para fins ideológicos nacionalistas russos”. “Fala-se que esta guerra metafísica é uma guerra contra o globalismo universal, especialmente o globalismo ocidental e estadunidense”, lembrou Shevchuk. E fala-se que "a Rússia está travando uma guerra santa na Ucrânia contra os satanistas sacrílegos para proteger o cristianismo e os valores tradicionais". “Demonizar a Ucrânia e o mundo ocidental como infiéis sem Deus anda de mãos dadas com a desinformação a serviço do Kremlin de que o Ocidente pretende destruir os valores tradicionais.”

O chefe dos greco-católicos ucranianos insiste: "Durante todo o período da guerra na Ucrânia, infelizmente não ouvimos nenhuma palavra contra a guerra vinda dos líderes da Igreja do Patriarcado de Moscou, nem ouvimos expressões de solidariedade no mínimo em prol dos próprios fiéis ortodoxos residentes em nosso país; não encontramos nenhum apelo dirigido aos soldados russos para que se abstivessem de ações cruéis contra pessoas inocentes e se comportassem de maneira humana com os reféns, feridos e população civil. Longe disso: ouvimos a glorificação dos crimes de guerra e da ideologia da violência pelo próprio Patriarca Kirill". Em seu discurso, Sua Beatitude também lembrou que mais de 1.300 eminentes teólogos das Igrejas Ortodoxas de todo o mundo condenaram a ideologia do “mundo russo” como uma heresia do fundamentalismo religioso etnofilético de natureza totalitária”.

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