Ucrânia. “Não é uma guerra nem uma operação militar, mas um verdadeiro genocídio”, afirma arcebispo S.B. Shevchuk

Foto: Vatican Media

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15 Mai 2023

“Neste período dramático da nossa vida, entendemos que não é apenas uma guerra de um país contra outro, nem uma simples ‘operação militar’, mas um verdadeiro genocídio do nosso povo e de terríveis crimes de guerra da Rússia na Ucrânia, causados também pela distorção da história com uma explícita conotação ideológica". É uma denúncia ponderada que Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana, lançou na manhã de domingo falando – online de Kiev – para a conferência “Fátima, a Rússia e a Ucrânia no atual momento histórico“, que está se realizando em Roma, na Universidade Lumsa.

A reportagem é publicada por SIR, 13-05-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

“Há mais de um ano – disse o arcebispo maior – a Ucrânia é vítima da grande agressão militar russa, ou seja, da guerra que trouxe morte, destruição e tanto sofrimento à nossa terra”. “Mas permitam-me compartilhar com vocês minha experiência pessoal sobre o que aconteceu em nosso país”, continuou Sua Beatitude. “Durante minhas visitas às cidades ucranianas, primeiro ocupadas pelo exército russo e depois libertadas, tornei-me uma testemunha ocular do que aconteceu. Vi a tragédia das valas comuns de civis, ouvi vários depoimentos de vítimas de estupros perpetrados por soldados russos, ficamos abalados com o terrível testemunho de cadáveres executados abandonados nas ruas das nossas cidades. Infelizmente, esses não são casos isolados, mas ações sistemáticas do exército de Putin contra o povo inocente da Ucrânia".

O arcebispo conta o que viu nas valas comuns encontradas em Bucha e Mariupol. Provavelmente – acrescenta – “haverá mais”. Ele fala dos "muitos casos de tortura" perpetrados "em civis e também em crianças" e das "deportações forçadas". E acrescenta: “Quando vi uma família – pai, mãe e duas meninas de 6 e 11 anos serem mortos e depois queimados – confesso, humanamente falando, que surgiu dentro de mim esta pergunta: Senhor, mas por quê?”. “Essa pergunta existencial nos faz entender que o nosso mundo, um mundo no limiar do terceiro milênio, mudou para sempre depois de 24 de fevereiro de 2022. Hoje a mesma pergunta interpela a nossa consciência humana e cristã e questiona a civilização contemporânea e o mundo intelectual da Igreja. Encontrar respostas adequadas a este grito de dor do coração humano torna-se um desafio e um dever”.

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