- Francisco criticou a crueldade dos combatentes chechenos e buriates na Ucrânia.
- O Vaticano confirmou esta quinta-feira que "tem mantido contatos diplomáticos com Moscou" para as desculpas do papa, depois de Francisco ter afirmado numa entrevista à revista America, dos jesuítas dos Estados Unidos, que os soldados chechenos e russos buriates foram os combatentes "mais cruéis" no conflito na Ucrânia.
- A porta-voz estrangeira russa, Maria Zajárova, afirmou que o Kremlin recebeu uma comunicação do secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, na qual "são apresentadas desculpas ao lado russo", pelo que o responsável sublinhou que a Rússia considera o incidente "resolvido" e espera "continuar o diálogo construtivo com o Vaticano".
A reportagem é publicada por Religión Digital, 15-12-2022.
O Vaticano confirmou nesta quinta-feira que "tem mantido contatos diplomáticos com Moscou" para as desculpas do papa, depois de Francisco ter afirmado numa entrevista à revista America , dos jesuítas dos Estados Unidos, que os soldados chechenos e russos buriates foram os combatentes "mais cruéis" no conflito na Ucrânia.
A porta-voz estrangeira russa, Maria Zackarova, afirmou que o Kremlin recebeu uma comunicação do secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, na qual "são apresentadas desculpas ao lado russo", pelo que o responsável sublinhou que a Rússia considera o incidente "resolvido" e espera "continuar o diálogo construtivo com o Vaticano".
"A Santa Sé professa grande respeito por todos os povos da Rússia, sua honra, sua fé e sua cultura, assim como outros países e seus povos", disse Zackarova em entrevista coletiva, enquanto, do Vaticano, Matteo Bruni, diretor da assessoria de imprensa, confirmou, a propósito das declarações do porta-voz que relata as desculpas do papa, "que houve contatos diplomáticos a esse respeito".
Declarações "nada cristãs"
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, já havia descrito essas declarações do Papa Francisco como "nada cristãs", nas quais denunciou a "crueldade" dos chechenos e buriates na Ucrânia, enfatizando que não contribuíram para a resolução do conflito.
"O papa Francisco pede negociações, mas também fez recentemente uma declaração incompreensível, nada cristã, apontando dois grupos étnicos da Federação Russa em uma categoria da qual se podem esperar atrocidades durante ações militares", acrescentou Lavrov.
"Se você tem um povo martirizado, é porque alguém o martirizou. Quando falo da Ucrânia, falo de crueldade porque tenho muitas informações sobre a crueldade das tropas que entram no país", explicou o papa na citada entrevista, publicada no final de novembro.
E acrescentou: “Geralmente os mais cruéis são aqueles que pertencem à Rússia, mas não são da tradição russa, como os chechenos ou os buriates (povos de etnia siberiana) etc. Mas é claro que quem invade é o Estado russo”.
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Rússia considera crise com o Vaticano “resolvida” após apresentar pedido de desculpas pelas declarações do papa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU