Chile. Faltando duas semanas para o plebiscito, Gabriel Boric defende a nova constituição

(Foto: Reprodução | DCI)

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

22 Agosto 2022

 

O presidente do Chile, Gabriel Boric, apelou neste sábado pela unidade duas semanas antes que os chilenos aprovem ou rejeitem a proposta da nova Constituição nas urnas em uma das votações mais cruciais e polarizadas desde o fim da ditadura. "O compromisso do libertador Bernardo O'Higgins de trabalhar incansavelmente pelo país, pela unidade do país, é algo que nestes momentos em que há divisão, temos que resgatar", assegurou o presidente no sul, no comemoração do nascimento daquele que é considerado um dos pais da pátria. "É na unidade do Chile que sai o melhor dos chilenos e chilenos e o melhor do nosso país", acrescentou Boric.

 

 

A reportagem é publicada por Página/12, 21-08-2022.

 

Às urnas

 

Mais de 15 milhões de chilenos são convocados às urnas em 4 de setembro para decidir se querem aprovar a nova Constituição ou manter a atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e parcialmente reformada na democracia. As sondagens de quinta-feira, quando começou a proibição de divulgação de inquéritos, revelaram que a tendência de rejeição do texto continua, com uma diferença de mais de 10 pontos.

 

Para o estudo Citizen Pulse, 45,8 por cento votariam em "Rejeição", 32,9 "Eu aprovo", 15,7 estão indecisos e 2,5 votariam nulo ou em branco.

 

Para o pesquisador Cadem, 37 por cento votariam "eu aprovo", 46 "rejeição" e 17 por cento não decidiriam.

 

Desta vez, o voto é obrigatório, ao contrário do plebiscito de outubro de 2020, quando foi voluntário e a opção de elaborar uma nova constituição venceu por quase 80%, com mais da metade dos cadernos eleitorais. Milhões de eleitores não vão às urnas desde 2012, quando o voto se tornou voluntário.

 

Grande barganha

 

A direita votaria contra por achar o novo texto muito radical, enquanto a esquerda faz campanha a favor da "Aprovação", embora tenha prometido chegar a um grande pacto para reformar os aspectos mais conflituosos, uma negociação liderada pelo próprio Boric.

 

Antes de participar do aniversário de O'Higgins, o presidente concedeu entrevista à Rádio Macarena de Chillán, a 370 quilômetros da capital, e reiterou seu compromisso de reformar o novo texto caso seja aprovado. "Vou considerar com humildade. Não pode haver vencedores e perdedores", assegurou.

 

A nova carta constitucional declara o Chile um Estado social de direito, em relação ao Estado secundário do texto atual, e consagra direitos como saúde pública e universal, educação gratuita, melhores aposentadorias e acesso à moradia e à água. O caráter multinacional do Estado, a reeleição presidencial, o sistema de justiça e a eliminação do Senado são alguns dos temas incluídos no texto que mais geram rejeição.

 

Leia mais