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As desgraças da riqueza

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02 Julho 2022

 

“As riquezas sempre estiveram na mira do poder, porque tanto as riquezas como o poder funcionam numa relação mimética, semelhante à do poder e da violência; somente a riqueza viva e o poder vivo e sua violência podem manter uma ordem social que também supõe a resistência, porque se ela não existisse não seria necessário impô-la”. A reflexão é de Juan S. Pegoraro, do Instituto de Pesquisa Gino Germani (UBA), em artigo publicado por Página/12, 01-07-2022. A tradução é do Cepat.

 

Eis o artigo.

 

A riqueza e o poder são os bens mais cobiçados pelos seres humanos que impedem que qualquer contrato social consiga conter esses desejos. Os filósofos tentaram esconjurar essa maldição com a ideia de criar uma entidade superior, uma instituição que chamaram de Estado, a exemplo de Hobbes, capaz de acabar com a guerra de todos contra todos. Na realidade, a guerra de todos contra todos foi o ardil de Hobbes para encobrir o que ele sabia: a guerra não é de todos contra todos, mas de uns contra outros ou de nós contra eles, e sempre foi uma guerra por riqueza e poder, como se vê na realidade que estamos vivendo.

 

Ora, de forma providencial, predestinada ou fatal, algumas regiões ou países do mundo foram e são dotados pela natureza (diriam os agnósticos) de grandes riquezas que poderiam ser usufruídas por toda a humanidade, mas que a ganância e o poder tornam impossível.

 

Apelando ao prestígio intelectual de Michel Foucault, este afirma em Em defesa da sociedade que a guerra social nunca cessou, e nós acrescentamos: as guerras sempre foram entre conquistadores e conquistados, melhor dito, entre conquistadores e os que resistiram, entre apropriadores de bens, de riquezas, de homens e os que resistiram, entre invasores e invadidos, entre colonizadores e colonizados, entre ricos e empobrecidos; em última análise, a guerra é a resistência.

 

As riquezas sempre estiveram na mira do poder, porque tanto as riquezas como o poder funcionam numa relação mimética, semelhante à do poder e da violência; somente a riqueza viva e o poder vivo e sua violência podem manter uma ordem social que também supõe a resistência, porque se ela não existisse não seria necessário impô-la: “Se a lei não fosse mais a lei, seria a doce interioridade da consciência”, diz Foucault.

 

Um exemplo das desgraças da riqueza foi a conquista da América e da África pelas monarquias e seus súditos. Considerada por eles como uma descoberta de terras distantes, revelou-se imediatamente como a conquista das riquezas que encontraram e para isso realizaram todo tipo de atrocidades, tais como: massacres, torturas, saques, sequestros, estupros, queima de aldeias, florestas, destruição de templos e de símbolos – a conquista à maneira dos quatro Cavaleiros do Apocalipse.

 

Na América, a conquista desses povos foi alcançada por meio do genocídio. Tzvetan Todorov calcula que setenta milhões de seres humanos morreram em consequência dessas atrocidades; uma singularidade desse processo é que durou mais de cinco séculos; apenas “almas sensíveis” ainda se perguntam como isso pode ter acontecido. A resposta pode ser encontrada na naturalização que foi produzida, em sentido amplo, pela cultura imposta pela chamada civilização ocidental.

 

Nesse sentido, recordemos que Norbert Elias escreveu em 1977 O processo civilizador, livro com notável influência no mundo cultural apresentado como um processo iniciado no século XVII: a progressiva suspensão das guerras e da agressividade que se expressava no uso habitual da faca, nas boas maneiras à mesa como o garfo em vez da mão, na cortesia para seduzir uma mulher (e possuí-la), em certas formas de vestir ou na modelagem da linguagem, mudanças nos comportamentos públicos das necessidades naturais, etc.

 

Ora, o que Elias omite é que a efetiva colocação em prática desses comportamentos “civilizados” foi realizada apenas por um ínfimo número de habitantes de certas regiões europeias, mas contemporâneas a outra imensa quantidade de comportamentos desumanos que realizavam em seu “processo civilizador”: apropriação violenta de riquezas, terras e seres humanos, especialmente na África e na América.

 

Essa apropriação foi alcançada como “a solução final” do nazismo: seu extermínio, como o sueco Sven Lindqvist analisa e documenta em Exterminem todas as bestas; por outro lado, o horror da solução final do nazismo serviu, e continua servindo, para que os europeus não tivessem memória das atrocidades cometidas com sua política de conquista e colonização e que justificassem no fato de que seus habitantes não alcançavam plenamente a condição humana.

 

O racismo não desapareceu da cultura ocidental e continua sendo fertilizado pelo gozo e esplendor das riquezas que conquistaram com o saque e a exploração de seres que consideravam de alguma forma inferiores.

 

Recordemos o comportamento dos europeus no enclave de Leopoldo II na África quando Joseph Conrad faz dizer ao seu alter ego, Marlowe, vendo alguns seres que os saudavam ou lhes atiravam flechas desde a costa do rio Congo: “Tínhamos a suspeita que eram subumanos” – talvez a melhor metáfora para definir Coração das trevas.

 

Uma peculiaridade da conquista e colonização dessas regiões do mundo foi não apenas a apropriação de suas riquezas naturais, mas também a existência de uma abundante força de trabalho humana que eles dominaram e exploraram com formas de trabalho forçado, como a escravidão, a servidão, a encomenda, que acompanhavam com castigos atrozes.

 

Ora, essa conquista não poderia ter sido alcançada sem algumas formas de colaboração por parte de indivíduos e grupos que ali viviam (e se reproduziram) e que, embora por motivos ou interesses diferentes, ajudaram (ajudam) os conquistadores qualquer que seja a experiência inicial de Hernán Cortés com Malitzin que oficiava como seu informante para dominar os povos em luta, o que tem sido chamado de maldição de Malinche.

 

“A teoria do colonialismo interno” foi uma das maiores contribuições para a explicação crítica e acadêmica da continuidade do subdesenvolvimento na América Latina e pode ser considerada a antecessora da Síndrome de Estocolmo, mas não por questões patológicas como esta, mas pelos comportamentos de personagens com certa relevância político-econômica e até cultural que colaboraram e ainda colaboram com o poder econômico mundial na apropriação das riquezas naturais e que mantém a América Latina no subdesenvolvimento.

 

Os personagens que compõem o “colonialismo interno” têm nomes e sobrenomes e aparecem na revista Forbes, nos diretórios das grandes associações empresariais, agropecuárias, bancárias, industriais e financeiras em nosso país como em quase toda a América Latina; além disso, não param de reativar culturalmente a Síndrome de Estocolmo ao compartilharem com o poder das corporações parte da riqueza nacional apropriada.

 

Leia mais

 

  • A estéril ilusão da mudança de cima para baixo. Artigo de Raúl Zibechi
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