Uma solução “à chilena” para a Igreja alemã. Bispos planejam uma renúncia coletiva?

Foto: Creative Commons/Religion Unplugged

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30 Junho 2021

 

Os bispos alemães poderiam buscar uma solução “à chilena” para sair da profunda crise motivada pelos abusos sexuais, e que tem no “caso Woelki” seu principal expoente. Justo depois da visita surpresa do presidente dos bispos alemães, Georg Bätzing, ao Papa Francisco, e quando o secretário de Estado, Pietro Parolin, se encontra em Berlim, o jornal sensacionalista Bild aponta a possibilidade de uma “renúncia coletiva” de todos os bispos do país para – como já ocorreu no Chile – deixar a Bergoglio e seus homens de confiança a responsabilidade de levar a cabo uma mudança necessária.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 30-06-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Há algumas semanas, Francisco não aceitou a renúncia apresentada pelo cardeal Reinhard Marx, e enviava uma comissão vaticana para investigar a possível negligência de Woelki e outros bispos em casos de abusos sexuais, cujos resultados já estariam nas mãos do Papa. De fato, algumas fontes abordam que, ao produzir a renúncia coletiva, Bergoglio apenas aceitaria, a princípio, a do cardeal de Colônia.

Nos círculos eclesiásticos alemães, explica o Bild, está se considerando uma solução radical. O arcebispo de Berlim, Heiner Koch, já discutiu publicamente sua própria renúncia no “Tagesspiegel”. Koch estaria pensando no modelo chileno: quando lhe foi perguntado se os bispos católicos da Alemanha, como a Conferência Episcopal do Chile, deveriam apresentar juntos a renúncia, Koch disse: “Gostaria conhecer as decisões pessoais, porém também da comunidade de bispos”.

No plano de fundo da polêmica, e mais além do escândalo da pedofilia clerical, está o Caminho Sinodal empreendido há dois anos pela Igreja do país, e que conta com o respaldo vaticano (e as reticências de boa parte da Cúria). Neste sentido, se torna interessante desentranhar as chaves da visita do secretário de Estado, Pietro Parolin, a Berlim, para celebrar o centenário das relações entre a Santa Sé e Alemanha.

Nesta terça-feira, durante um encontro com vários bispos (incluindo Marx e Woelki), Parolin fez um chamado à unidade da Igreja, uma unidade “que não depende da aprovação de visões e orientações comuns, como é habitual na política, mas sim das raízes teológicas e espirituais de Deus”. Assim, Parolin se opôs a que “a união reduza-se somente a uma parte, tão relevante e significativa como é”.

 

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