22 Julho 2020
O governo filipino prendeu, uma semana após a aprovação da lei-antiterrorista, o pastor Dan San Andres Sr., da Igreja Unida de Cristo nas Filipinas (UCCP), conhecido defensor dos direitos humanos. “Casos fabricados como esses mostram apenas que a mentira é a base do sistema de opressão e injustiça”, diz comunicado emitido pelos bispos da denominação e endossada pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI).
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
“Estamos indignados com os ataques a defensores de direitos humanos, mesmo quando o número confirmado de casos do covid-19 no país ultrapassa a marca de 50 mil”, acrescentou o Conselho Nacional de Igrejas nas Filipinas. Agentes do estado estão preocupados com defensores dos direitos humanos, quando deveriam se concentrar nas necessidades médicas e no auxílio socioeconômico às pessoas, diz a nota.
A lei recém aprovada permite que os suspeitos de terrorismo sejam detidos sem necessidade de mandado, prolonga o tempo da prisão arbitrária até 24 dias, e exclui a obrigatoriedade de a polícia levar o interrogado até um juiz, para a avaliação se o detido sofreu tortura física ou psicológica.
Defender os direitos humanos é um imperativo que consta na Declaração de Princípios da UCCP. Ela enfatiza que todas as pessoas são criadas à imagem de Deus e por isso defende a inviolabilidade dos direitos das pessoas, conforme refletido na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O secretário-geral do CMI, pastor Dr. Ioan Sauca, disse que a vida e o trabalho de Andres são sagrados. Ele manifestou solidariedade ao pastor e sua família, também aos membros da UCCP “enquanto enfrentam esta terrível situação. Conclamamos os órgãos governamentais das Filipinas a honrarem sua responsabilidade de preservar a dignidade humana”, enfatizou.
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Filipinas. Governo prende pastor que defende direitos humanos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU