Jesuítas sul-asiáticos pedem esforços conjuntos por mais tolerância

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18 Outubro 2017

Um esforço conjunto de 100 ONGs regionais coordenadas pelos jesuítas é preciso para “edificar um movimento profético”.

A reportagem foi publicada por La Croix International, 17-10-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Os jesuítas sul-asiáticos estão em busca de colaboração com grupos seculares e pessoas marginalizadas para tornar a região mais tolerante e pacífica.

Colaboração e Trabalho em Rede pela Harmonia” foi o tema que 112 lideranças do Jesuits in Social Action – JESA debateram entre os dias 13 e 15 de outubro em Pune, no oeste da Índia.

O Pe. Stanislaus Jebamalai, um dos organizadores do evento e secretário do JESA, contou ao sítio ucaness.com que o encontro focalizou os ideais de liberdade, justiça e tolerância. O JESA começou em 1973 visando coordenar o trabalho dos agentes sociais jesuítas no Sul da Ásia.

Este evento em Pune ocorre dois meses depois que a Conferência Jesuíta do Sul da Ásia circulou um documento que salientava que os países da região estavam trabalhando duramente contra as desigualdades sociais, a discriminação por classes (castas) e contra a hegemonia cultural.

O texto observava que, na Índia e no Paquistão, forças fundamentalistas ameaçavam as minorias religiosas bem como indivíduos e organizações progressistas. Bangladesh enfrentava o fundamentalismo islâmico e o Sri Lanka não havia se recuperado de uma guerra civil autoinfligida.

Depois de um longo levante marxista, o Nepal continuava instável e, no Butão, permaneciam as tensões entre budistas e hindus, segundo o documento.

O Pe. George Pattery, provincial jesuíta do Sul da Ásia, disse no evento em Pune que havia a necessidade de “uma escuta ativa e um falar intencional”.

O Pe. John Messi, jesuíta de Pune que trabalha com o Serviço Jesuíta aos Refugiados, pediu uma ação conjunta às mais de 100 organizações não governamentais da região, coordenadas pelos jesuítas, para edificarem um “movimento profético”.

Isto incluía dar voz aos mais vulneráveis que vivem nas regiões rurais da Índia, conscientizando as pessoas de seus direitos e responsabilidades para a construção de uma nação.

Lideranças seculares da Índia se queixaram da violência crescente contra as minorias religiosas, especialmente a partir de 2014, quando o Partido Bharatiya Janata, pró-hindu, chegou ao poder. Grupos que tentam tornar a Índia um país somente composto por hindus interpretaram a vitória deste partido como um mandado a ser cumprido.

Anand Patwardhan, destacado cineasta indiano que discursou aos jesuítas, disse que a “necessidade do momento” era difundir uma mensagem de paz aos cidadãos desolados.

“Conversar e ouvir as vítimas da violência se faz necessário para preservar a rica herança indiana de secularismo”, disse Patwardhan.

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