Negacionistas. “A mentira do golpe no Capitólio”: católicos de direita em defesa do amado Donald

Foto: Blink O'fanaye | Flickr CC

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13 Janeiro 2021

O xamã fascista-viking Jake Angeli? "Um provocador infiltrado pela Antifa", a fatídica rede internacional antifascista. Os manifestantes no Capitólio? “Uma grande multidão, principalmente famílias inteiras, pessoas normais, muitos sino-americanos aterrorizados com o que aconteceu na China, católicos, protestantes, judeus ortodoxos”, relatou um acadêmico presente, John Rao, a Riccardo Cascioli da Nuova Bussola Quotidiana. Para os clericais de direita italianos, Donald Trump desde sempre é o líder do Bem contra as Trevas progressistas que querem instaurar com a ajuda do Anticristo Bergoglio o culto infernal de casamentos homossexuais, eutanásia sem limites, úteros de aluguel e assim por diante. Em duas palavras, o Great Reset.

A reportagem é de Fabrizio D’Esposito, publicada em Il Fato Quotidiano, 11-01-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

E é por isso que após o assalto ao Capitólio, no dia da Epifania, sites e jornais da rede católica anti-bergogliana se dedicaram com amoroso afã a desmantelar as evidências dos fatos que dominam "vergonhosamente" na grande mídia, obviamente propenso à Nova Ordem Mundial.

Escreve Marco Tosatti, outrora um vaticanista respeitado e hoje "porta-voz" do burlesco D. Carlo Mario Viganò no site Stilum Curiae: "A grande mídia engoliu (...) a mentira do Trump golpista, atribuindo a ele a responsabilidade pela invasão".

Da Rádio Maria à Corrispondenza Romana, os testemunhos de alguns manifestantes que viram na Antifa infiltrados os autores do assalto. E o citado Viganò aproveita o caos para relançar o último produto da teoria da conspiração sobre as eleições estadunidenses: na prática, o arcebispo do Vatileaks 1 indica nos Serviços italianos e em uma conhecida empresa aeroespacial italiana, Leonardo, os executores dos imbróglios eleitorais a favor de Biden, com a manipulação via satélite do software de gestão do voto estadunidense. Os mandantes? “Obama e Renzi”. Santa paciência, dá vontade de exclamar como numa história em quadrinhos.

A desconstrução clerical dos acontecimentos de 6 de janeiro é maníaca, diz respeito a cada detalhe daquelas horas. E também coloca no meio o odiado movimento Black Lives Matter, equiparando os protestos pelo assassinato do Floyd às violências contra as instituições estadunidenses.

Eis então Aldo Maria Valli, ex-vaticanista da Rai, hoje antibergogliano, relançado por muitos sites fariseus de direita. Sob acusação está a prefeita de Washington, Muriel Bowser: "Mas agora você passa a ser conspirador se diz que a Sra. Bowser, do Partido Democrata, uma apoiadora ativa do movimento Black Lives Matter, provavelmente não lamenta muito que supostos trumpistas tenham dado uma prova tão ruim atacando o Capitol? ". Isso mesmo: “Supostos trumpistas”.

Mas a desastrosa saída de Trump é um golpe especialmente para os bispos conservadores dos EUA que ficaram ao seu lado, mas forçados a condenar o ataque. A começar pelo presidente da Conferência Episcopal José Horacio Gómez, arcebispo de Los Angeles, o mesmo que algumas semanas atrás anunciou o lançamento de uma comissão para decidir se permitir ou não a comunhão ao novo presidente católico Joe Biden, favorável ao aborto.

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