01 Julho 2020
A Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas – CBCF pediu que os marinheiros estendam as mãos, comuniquem-se e mantenham-se no rumo certo, enquanto as Filipinas continuam lutando contra uma recessão econômica.
Em carta pastoral publicada no Dia Mundial dos Marinheiros, em 25 de junho, a CBCF diz que a Igreja reconhece a luta que estes profissionais enfrentam em meio à pandemia de coronavírus.
A reportagem é de Joseph Peter Calleja, também conhecido por Jaypee, trabalha como advogado e jornalista em Manila, nas Filipinas. Jaypee é também editor das publicações Bayard, nas Filipinas, e membro da Aliança Leigos-Religiosos dos Assuncionistas, publicada por UCA News, 30-06-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Os bispos também lembram estes trabalhadores para que tenham fé e coragem em Deus e em si mesmos.
“Estas quarentenas, estes confinamentos e fechamento de empresas são tempestades adicionais em nossa caminhada terrestre. Mas, lembrem-se, mesmo se as ondas forem grandes e se os ventos forem fortes, temos que levantar a nossa vela e manter nossas mãos no convés”, lê-se no texto publicado.
Aos marinheiros, os prelados falam também dos altos e baixos da vida e da determinação e perseverança necessárias para se chegar ao porto, o fim da jornada.
“A vida tem altos e baixos. Ela apresenta provações cruéis e problemas dispendiosos. No entanto, nós continuamos em frente. Fixamos nossas vistas na costa, nos nossos portos”, acrescentam os bispos.
A carta pastoral era uma resposta ao aumento no número de suicídios e casos de depressão entre os marinheiros filipinos.
Em 11 de junho, uma filipina de 28 anos que trabalhava em um navio cruzeiro cometeu suicídio em sua cabine enquanto aguardava para ser repatriada.
Autoridades do governo dizem que a depressão e a ansiedade têm exposto o espírito filipino a um “ponto de ruptura”.
“Lamentamos profundamente que a resistência filipina não é desculpa para expormos essas pessoas ao ponto de ruptura. Não somos feitos de borracha. Somos humanos”, disse, nas redes sociais, o secretário de Relações Exteriores Teodoro Locsin Jr.
Dados do governo mostram que milhares de pessoas permanecerão sem emprego nas Filipinas devido a contratos de trabalho cancelados.
Em maio, o porta-voz da presidência Harry Roque disse a repórteres que mais de 20 mil marinheiros foram repatriados devido à recessão econômica provocada pela covid-19.
Os relatórios também dizem que milhares tinham chegado às Filipinas, mas estavam sob quarentena em instalações médicas do governo e privadas, na cidade de Manila.
Apesar de todos esses reveses, os bispos lembram os marinheiros filipinos para que se mantenham focados e firmes, recordando-os das palavras de Jesus.
“Talvez vocês acabem assolados por tempestades de enjoo, separação e tristeza, mas não vacilem, não se perturbem. Mantenham-se no rumo e lembre-se de que Jesus, o capitão da nossa alma, diz: ‘Coragem! Sou eu. Não tenham medo’”, escreveram os bispos.
10% do produto interno bruto das Filipinas vem dos salários que os trabalhadores do além-mar enviam a familiares.
O presidente Rodrigo Duterte, entretanto, afirma que a economia do país tem sangrado com a repatriação e o desemprego de milhares de trabalhadores filipinos no exterior.
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Igreja filipina oferece apoio moral a marinheiros - Instituto Humanitas Unisinos - IHU