02 Agosto 2019
Os católicos de uma arquidiocese do norte das Filipinas marcharam em apoio às lideranças da Igreja acusadas de conspirar para derrubar o presidente, Rodrigo Duterte.
A reportagem é publicada por Catholic News Service, 01-08-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No dia 31 de julho, cerca de 3.000 mil trabalhadores da Igreja, estudantes e paroquianos da Arquidiocese de Lingayen-Dagupan, carregaram cartazes durante uma manifestação, com mensagens expressando seu apoio ao arcebispo Sócrates Villegas e a outras lideranças da Igreja acusadas, informou o site Ucanews.com.
O Departamento de Justiça do país deverá abrir uma investigação preliminar na semana do dia 5 de agosto sobre acusações de sedição e de difamação na internet contra as lideranças, que, além de Villegas, incluem Dom Honardo Ongtioco, bispo de Cubao, Dom Pablo Virgilio David, bispo de Kalookan, e Dom Teodoro Bacani Jr., bispo emérito de Novaliches.
Outras pessoas que enfrentam as mesmas acusações são o padre verbita Flaviano Villanueva, o padre jesuíta Albert Alejo, o Pe. Robert Reyes e o irmão lassalista Armin Luistro.
Pelo menos 36 outras pessoas também foram acusadas de supostamente orquestrar uma série de vídeos online alegando que Duterte e seus familiares estavam envolvidos no comércio ilegal de drogas.
A Conferência dos Bispos das Filipinas chamou as acusações de “inacreditáveis”.
Falando durante uma missa antes da marcha de oração no dia 31 de julho, o bispo auxiliar Fidelis Layog, de Lingayen-Dagupan, pediu que os católicos se levantem em defesa da verdade, da justiça e dos direitos humanos.
“Estamos fazendo isso não só por eles, mas também por outros que são caluniados e perseguidos, cujos direitos humanos são esmagados até o chão”, disse.
“Nós estamos fervorosamente com o arcebispo Villegas e com outros bispos que estão sendo perseguidos e falsamente acusados de se oporem a insultos maliciosos à verdade, à justiça e à liberdade”, afirma um comunicado divulgado pela arquidiocese.
Mais tarde, os manifestantes pediram que as autoridades policiais retirassem as acusações, enquanto acendiam velas em frente à Igreja de São João Evangelista, onde celebraram a eucaristia.
A arquidiocese apelou aos católicos de todo o país para oferecerem o seu apoio.
O cardeal Luis Antonio Tagle, de Manila, no dia 1º de agosto, fez um apelo ao clero e aos católicos em Manila para que ofereçam missas e orações no dia 4 de agosto pelos que sofrem por causa de “perseguição e falsas acusações”.
“Que nossas orações sejam a melhor expressão da nossa solidariedade e apoio fraterno a eles”, diz uma carta enviada ao clero e aos religiosos e religiosas da Arquidiocese de Manila.
O Pe. Reginald Malicdem, chanceler da arquidiocese, disse que Tagle havia pedido que as pessoas tenham “consciência e discernimento” em relação às “muitas questões perturbadoras” na sociedade.
Foi anexada à circular uma “Oração pela Nação”, que Tagle pediu para ser rezada durante as missas dos fins de semana de agosto.
Em uma declaração lida pelo D. Manuel Bravo, Villegas agradeceu aos católicos de sua arquidiocese pelo seu amor e orações. “O amor de vocês é muito poderoso”, disse ele.
De acordo com o site Ucanews.com, o prelado disse que, embora sempre soubesse e entendesse que o sacerdócio é um sacrifício, ele nunca imaginou que seria acusado de sedição.
“O bom Deus sabe que eu sou inocente do crime que eles me acusam”, disse Villegas.
“Obrigado pelas muitas garantias de que vocês acreditam em mim quando eu digo isso. Se o processo for justo e verdadeiro, eu sei que as autoridades também verão isso”, acrescentou.
“Meu fogo vem do espírito do Evangelho, não de um coração subversivo”, continuou o arcebispo. “Eu não sou um encrenqueiro político. Meu dever é incomodar as consciências frias.”
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Filipinas: milhares de católicos marcham para defender as lideranças da Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU