O teólogo alemão que redime o horror hitleriano

Foto: Flickr CC/Recuerdos de Pandora

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

24 Abril 2020

A figura de Dietrich Bonhoeffer retorna em um livro que Roberto Fiorini dedicou ao teólogo luterano para as edições Gabrielli.

A reportagem é de Steffano Folli, publicada no caderno Robinson, do jornal La Repubblica, 18-04-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Um personagem trágico da mais alta posição moral, Bonhoeffer foi enforcado no campo de concentração de Flossenburg em abril de 1945, alguns dias antes do fim da guerra.

Era a vingança do aparato nazista contra o homem – um alemão – que, com tenacidade, havia testemunhado contra o regime na própria pátria e no exterior.

De fato, Bonhoeffer havia viajado extensivamente, desfrutando de uma condição privilegiada devido à sua notoriedade e também ao apoio subterrâneo daquela parte das forças armadas que trabalhavam nas sombras contra a degeneração do hitlerismo.

Não por acaso o nome do teólogo se repete nas várias conspirações que visavam a aniquilar Hitler. E não é por acaso que o clérigo de 39 anos – de um ramo da Igreja Evangélica que havia se separado da oficial, inclinada ao regime – encontrou a morte na prisão junto com o almirante Canaris, ex-chefe do serviço secreto militar que, nas sombras, o apoiou.

O livro de Fiorini, “Dietrich Bonhoeffer. Testimone contro il nazismo” [Dietrich Bonhoeffer. Testemunha contra o nazismo], com prefácio de Paolo Ricca, é uma homenagem a esse personagem fora do comum que chegou a desafiar o totalitarismo armado apenas com a sua fé, com os seus ideais pacifistas, com o seu ímpeto em relação aos oprimidos, independentemente do credo religioso ou político a que pertencessem.

Ainda hoje (seria preciso dizer: especialmente hoje) os escritos de Bonhoeffer representam uma lição ética. Ele era um “profeta desarmado”, de acordo com uma conhecida definição desdenhosa que não lhe diz respeito, mas se enquadra nele.

Na realidade, com sua vida e sua morte, ele soube resgatar em parte o povo alemão da aquiescência ao nazismo. Os “voluntariosos carnífices de Hitler” acompanharam o seu líder até o fim, e a Alemanha não conheceu um movimento de resistência comparável a movimentos semelhantes na Itália e na França.

No entanto, Bonhoeffer, os jovens da “Rosa Branca”, os conspiradores militares que tentaram e fracassaram várias vezes, todos pagando com as próprias vidas, testemunharam os valores profundos e eternos da humanidade.

Roberto Fiorini. Dietrich Bonhoeffer. Testimone contro il nazismo. Gabrielli Editore, 160 páginas. (Foto: Capa/Divulgação)

Leia mais