18 Novembro 2019
Cinco milhões de dólares para encontrar Paolo Dall'Oglio, o padre italiano que desapareceu na Síria há mais de seis anos: é assim que o governo dos EUA retorna hoje à carga com sua campanha, lançada em julho passado, na véspera do 65º aniversário do jesuíta de origem romana, que se teme ter sido sequestrado pelo ISIS. "Cinco milhões de dólares" é a manchete - desta vez em árabe - no centro da imagem divulgada nas últimas horas pelo Departamento de Estado dos EUA para a justiça nas mídias sociais.
Antes de desaparecer no norte da Síria em guerra em 2013, Dall'Oglio viveu por mais de trinta anos no país mediterrâneo, fundando a comunidade monástica de Mar Musa e dedicando sua vida ao diálogo intercomunitário entre cristãos e muçulmanos.
A informação foi publicada por La Stampa, 16-11-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Como em julho passado, hoje é oferecida uma recompensa em troca de informações também sobre o destino de outros quatro prelados cristãos, todos sírios, sequestrados na Síria um pouco antes do desaparecimento do padre italiano. Mas no pôster atual, em árabe, aparecem apenas duas fotos de Paolo Dall'Oglio, sem imagens que retratem os outros religiosos: são os dois bispos ortodoxos Boulos Yazigi e Yohanna Ibrahim, sequestrados no noroeste da Síria na primavera de 2013, e dois padres de Alepo, o armênio católico Michel Kayyal e o ortodoxo Maher Mahfuz, que desapareceram no mesmo período. Para os cinco, não há provas concretas de quem os tenha sequestrado e, principalmente, não há certezas de que eles ainda estejam vivos.
Mas a oferta reiterada pelos EUA de receber informações sobre Dall'Oglio e os outros quatro parece indicar que o governo dos EUA tem motivos para pensar que todos ou alguns deles ainda estejam vivos. Os analistas regionais levantam a hipótese de que esses anúncios nada mais sejam do que uma maneira de o governo americano incentivar "a liberdade religiosa no mundo" e, em particular, de "proteger as minorias cristãs no Oriente Médio". Esses dois pontos foram repetidamente enfatizados tanto pelo vice-presidente estadunidense Michael Pence como pelo secretário de Estado Mike Pompeo. Este último também reiterou isso durante sua visita ao Vaticano, ao Papa Francisco, em outubro passado. Acredita-se que Dall’Oglio tenha sido sequestrado pelo Ísis em Raqqa, cidade que estava parcialmente nas mãos do Estado Islâmico em julho de 2013. Tanto no pôster fotográfico em árabe divulgado nas últimas horas por Washington como no primeiro anúncio em julho, é dado como certo que o padre Paolo tenha sido sequestrado por homens do ISIS.
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Os EUA divulgam a foto do padre Dall'Oglio: 5 milhões para encontrá-lo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU