O Papa: a alegria cristã é a paz, não “momentos de doce vida”

Foto: L'Osservatore Romano

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

29 Mai 2018

A alegria é o “respiro do cristão”, mas se trata de uma alegria de paz verdadeira e não enganosa, como a que oferece a cultura contemporânea, que “inventa tantas coisas para nos divertir”, tantos “momentos de doce vida”. Durante a missa matutina de hoje, 28 de maio de 2018, o Papa Francisco reafirmou novamente uma das características distintivas dos cristãos: a alegria, apesar das provações e das dificuldades.

A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por Vatican Insider, 28-05-2018. A tradução é de André Langer.

Comentando as passagens da Primeira Leitura de São Pedro e do Evangelho de Marcos, o Papa insistiu, na capela da Casa Santa Marta, segundo indicou Vatican News, que um verdadeiro cristão não pode ser “sombrio” ou “entristecido”. “Ser homem e mulher de alegria”, constatou, significa “ser homem e mulher de paz, significa ser homem e mulher de consolação”.

“A alegria cristã é o respiro do cristão. Um cristão que não é feliz no coração não é um bom cristão. É o respiro, o modo de se expressar do cristão, a alegria. Não é uma coisa que se compra ou o que faço com o meu esforço. Não. É um fruto do Espírito Santo. Quem faz a alegria no coração é o Espírito Santo”.

A alegria cristã assenta-se, segundo o Papa Francisco, sobre a sólida rocha da memória: não podemos esquecer, afirmou, “o que o Senhor fez por nós”, “regenerando-nos” para uma nova vida. E também não podemos esquecer o que nos espera: o encontro com o Filho de Deus. Memória e esperança são os dois elementos que permitem aos cristãos viver na alegria, não uma alegria vazia, mas uma alegria cujo “primeiro grau” é a paz.

“A alegria não é viver de risada em risada. Não, não é isso. A alegria não é ser divertido. Não, não é isso. É outra coisa. A alegria cristã é a paz. A paz que está nas raízes, a paz do coração, a paz que somente Deus pode dar. Esta é alegria cristã. Não é fácil guardar esta alegria”.

O mundo contemporâneo – advertiu Jorge Mario Bergoglio em sua homilia – infelizmente contenta-se com “uma cultura não alegre”, “uma cultura que inventa tantas coisas para nos divertir”, muitos “momentos de doce vida”, mas que não satisfazem plenamente. A alegria, afirmou o Pontífice argentino, “não é uma coisa que você compra no mercado”; “é um dom do Espírito”, e também vibra “no momento das tribulações, no momento da provação”.

“Há uma preocupação positiva – concluiu o Papa –, mas há outra que não é positiva: a de buscar as seguranças em qualquer lugar, a de buscar prazer em qualquer lugar. O jovem do Evangelho temia que, se deixasse as riquezas, não seria feliz. A alegria, a consolação: nosso respiro cristão”.

Leia mais