01 Fevereiro 2017
“Todos são bem-vindos a este lugar”, uma multidão cantava na Praça Lafayette no lado de fora da Casa Branca na tarde desta segunda-feira. Mais de 550 pessoas reuniram-se para participar de uma missa organizada por jovens e celebrada pelo Pe. Quinn Conners, em Washington, DC, para expressar solidariedade aos refugiados e imigrantes nos Estados Unidos.
A reportagem é de Teresa Donnellan, publicada por America, 30-01-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O evento era o resultado de uma organização de base e de uma forte divulgação via redes sociais. Depois que o presidente Donald J. Trump assinou uma ordem executiva que proibiu imigrantes do Irã, do Iraque, da Líbia, do Sudão, da Síria e do Iêmen, Emily Conron e o amigo Christopher Hale decidiram coordenar uma missa em resposta a essa forma de discriminação religiosa.
“Como católicos, sabemos o que é perseguição religiosa”, disse Conron. “Faz parte da nossa história. Vimos isso em tantas comunidades católicas em inúmeros países, e não queremos deixar que essa história se repita. Então percebemos que era importante que os católicos se unissem e mostrassem solidariedade a estas pessoas. E há uma maneira melhor de fazer isso do que uma missa?”
“Quando vimos as leituras do Evangelho, tivemos a plena certeza de que era isso o que deveríamos fazer”, acrescentou Conron. “Entre as bem-aventuranças e o salmo responsorial, estas leituras falam de acolher o estrangeiro e proteger o oprimido”.
Hale disse que foi um “movimento orgânico” a forma como a ideia foi recebida pelos participantes, que incluiu “pessoas que estavam inquietas com a ordem executiva do presidente Trump na sexta-feira e que achavam que esse era um modo adequado de responder em oração e ação”. Hale trabalha para a Catholics in Alliance for the Common Good, organização que promove a missão social do Papa Francisco e da Igreja Católica na política americana. A Catholics in Alliance bancou a missa realizada.
“Assim que vi, soube que não havia desculpas para não estar aqui”, disse Erin Powers depois da celebração. “É meu dever comparecer em oração juntamente com meus companheiros católicos e pessoas de todas as práticas religiosas”.
“A missa como uma forma de protesto é algo muito bonito, porque o sacramento em si rompe as fronteiras. É subversivo aos poderes constituídos que nos reunamos e recebamos estes sacramentos”, observou Tanner Sigmon. “Se somos realmente um único corpo, se uma parte de nosso corpo dói, então devemos responder”.
“Foi uma experiência poderosa, e espero que tenha animado cada um de nós aqui, porque sei que a mim ela animou”, declarou Laura Peralta-Schulte, que foi à missa junto com o seu grupo de oração.
Depois da cerimônia, Hale agradeceu os que se fizeram presentes, dizendo que, enquanto há 535 congressistas, mais de 550 pessoas vieram rezar esta noite.
“Pensamos que isso comunica o quanto os católicos se envolvem quando se trata de minorias religiosas perseguidas”, falou Hale. “Como católicos, conhecemos essa experiência, tanto nos Estados Unidos como em outros lugares. Portanto faz parte da identidade católica proteger os imigrantes e refugiados”.
Na carta que escreveu ao presidente Trump, o Papa Francisco disse: “Sob a sua liderança, [desejo que] a estatura da América possa ser medida pela preocupação com os pobres, marginalizados e necessitados, como Lázaro, que está diante da nossa porta”. A missa de hoje no lado de fora da Casa Branca representou essa preocupação com os marginalizados e ecoou a oração do papa ao presidente Trump.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
550 participam de missa no lado de fora da Casa Branca em solidariedade a refugiados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU