Marcha dos Povos da COP30 reúne 70 mil pessoas pelo clima

Foto: Oliver Kornblihtt/Mídia Ninja | Brasil de Fato

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17 Novembro 2025

A primeira grande manifestação em uma COP nesta década misturou cultura com o clamor por Justiça Climática.

A informação é publicada por ClimaInfo, 17-11-2025.

As ruas de Belém foram tomadas por cores, manifestações artísticas e culturais e clamor por Justiça Climática. A histórica Marcha Global pelo Clima percorreu 4,5 km, saindo do Mercado de São Brás, no centro histórico da capital paraense, até a Aldeia Cabana. Organizada por integrantes da Cúpula dos Povos e da COP das Baixadas, a mobilização reuniu 70 mil pessoas.

Com máscaras de animais, alegorias de boitatá, ritmos de carimbó e brega, manifestantes trouxeram demandas populares, como a demarcação de Terras Indígenas e Quilombolas; mais investimento em transição energética justa; o fim da dependência dos combustíveis fósseis; financiamento climático; taxação dos super-ricos, fortalecimento da agricultura familiar e preservação de rios e florestas, relatam Agência Brasil, Brasil de Fato e AP.

A Agência Pública também destaca a reivindicação de participação ativa nas discussões sobre as transformações econômicas necessárias para enfrentar as mudanças climáticas. “Todos os Povos do mundo se encontram aqui para anunciar que a Justiça Climática só será possível se incluir e tiver como protagonistas os Povos. Precisamos ter soberania na mineração, na alimentação e em todas as suas decisões”, frisa Elane Barros, da direção do Movimento dos Atingidos pela Mineração.

Agência Brasil, Sumaúma e Folha mostraram a criatividade dos manifestantes em galerias de fotos. Uma das alegorias era uma cobra de 30 metros com a frase “financiamento direto para quem cuida da floresta”. A alegoria foi construída por um coletivo de 16 artistas de Santarém, no interior do Pará.

Manifestantes também apresentaram na marcha a “conta” da dívida do Norte Global, o principal responsável pela atual crise climática: um boleto imenso a ser pago aos “Territórios Originários, Populações e Comunidades Tradicionais”, já vencido, e no valor de US$ 1,3 trilhão – cifra anual de financiamento climático reivindicada pelos países em desenvolvimento.

Uma escultura satírica, chamada “A Praga Laranja” (The Orange Plague), também circulou no evento. A obra mostra o presidente Donald Trump sendo carregado por um trabalhador, como crítica à injustiça climática e às políticas americanas, destacam Poder 360 e CBN.

O bloco parte mais “gótico” da marcha foi formado por um grupo de “enlutados” que andou sob um sol escaldante e calor de 35°C no funeral dos combustíveis fósseis (leia aqui). Em entrevista ao Guardian, a ativista Krishna Silva, que participava do funeral, afirmou que estava ali para lutar por meio da sua arte. “Nossas vidas dependem de nos livrarmos dos combustíveis fósseis. Nossos filhos e nosso futuro dependem da nossa luta.”

“É incrível estar aqui no Brasil. Há uma enorme energia da sociedade civil aqui, e estamos determinados a fazer a diferença”, disse Louise Hutchins, coordenadora da campanha Make Polluters Pay, à Bloomberg.

As ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, estiveram na marcha, informa ((o))eco. “Aqui é o lugar para a gente marcar para desenhar o mapa do caminho que precisa sair dessa COP rumo à transição do fim do desmatamento e do uso dos combustíveis fósseis”, enfatizou Marina.

Sonia ressaltou que o “Mapa do Caminho” para o fim dos combustíveis fósseis é uma das grandes expectativas da COP30. “Estamos aqui para reafirmar esse nosso compromisso de, juntas, no conjunto do governo federal, defendermos esse mapa do caminho”, afirmou.

Veja, Times Brasil, Sumaúma, Terra, Reuters, O Tempo, Isto É, RFI e InfoAmazonia também noticiaram sobre a Marcha dos Povos.

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