“É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, diz Lula na abertura da COP30

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil | FotosPúblicas

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11 Novembro 2025

Presidente critica guerras, negacionismo e algoritmos, e volta a pedir “mapa do caminho” para fim dos combustíveis fósseis na conferência.

A informação é publicada por ClimaInfo, 11-11-2025.

Em seu discurso na abertura da COP30, ontem (10/11), em Belém, o presidente Lula afirmou que a conferência do clima “é [o] momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”. Ele também ressaltou que combater as mudanças climáticas é mais barato do que promover guerras. E pediu “mapas de caminho” para que a Humanidade, “de forma justa e planejada, supere a dependência dos combustíveis fósseis, pare e reverta o desmatamento e mobilize recursos para esses fins”.

“Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades”, disse o presidente.

No início de sua fala, de improviso, Lula criticou líderes mundiais que não compareceram ao evento, sem citar nenhum país, informa a Folha. O presidente fez um paralelo com líderes que participam de guerras. “Se os homens que fazem guerra estivessem aqui nessa COP iam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para acabar com um problema que mata, do que US$ 2,7 trilhões para fazer guerra, como fizeram no ano passado.”

Lula ressaltou que “a emergência climática é uma crise de desigualdade”, destaca O Globo. E que é preciso colocar as pessoas no centro da discussão climática, chamando atenção para o impacto desproporcional da mudança do clima sobre mulheres, afrodescendentes, migrantes e grupos vulneráveis.

Como destaques da atuação brasileira na agenda climática, o presidente mencionou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) na Cúpula de Líderes que antecedeu a COP30 e que arrecadou US$ 5,5 bilhões em seu primeiro dia, lembra o Um Só Planeta. Ele também citou a aprovação do manejo integrado do fogo e as demarcações de Terras Indígenas (que está ocorrendo em ritmo muito abaixo do esperado pelos Povos Originários), e exaltou o crescimento da energia “limpa” (o que não inclui, claro, a recém-iniciada exploração de petróleo pela Petrobras na Foz do Amazonas) e a regulamentação do mercado de carbono no país.

Lula ainda citou o tornado que deixou seis pessoas mortas no Paraná, lamentando a tragédia provocada pelo evento extremo. O presidente defendeu a necessidade de investimentos em adaptação climática. E voltou a sugerir que os países negociem na COP30 um mapa do caminho para o fim do petróleo, gás fóssil e carvão.

O presidente também exaltou a realização da COP na capital paraense. “Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto acabar com a poluição do planeta Terra. Seria mais fácil fazer a COP em uma cidade que não tivesse problema, mas a gente resolveu aceitar fazer a COP em um estado da Amazônia, para provar quando se tem disposição e compromisso com a verdade, a gente prova que não tem nada impossível, o impossível é não ter coragem para enfrentar desafios”, afirmou.

O discurso de Lula na COP30 foi repercutido também por SBT, Revista Fórum, g1, Correio do Povo, UOL, Valor, Metrópoles, CNN, Band e O Globo, entre outros.

Em tempo

Na Cúpula de Líderes e na abertura da COP30, o presidente Lula conclamou os países a desenvolverem um “mapa do caminho” para eliminar os combustíveis fósseis. Mas, a poucos metros da entrada do pavilhão onde as negociações serão travadas até o fim da próxima semana, há um vai e vem de caminhões-tanque com milhares de litros de óleo diesel para serem queimados em 160 geradores que fornecem eletricidade ao espaço. O uso de diesel vai na contramão do edital para a contratação dos geradores, obtido pela BBC Brasil, que previa a priorização de equipamentos movidos a combustíveis renováveis, de preferência do tipo B100, ou seja, 100% biodiesel. Apesar disso, a organização da COP30 firmou um acordo com a Petrobras prevendo o fornecimento de um diesel fóssil com, no máximo, 25% de conteúdo renovável (B25).

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