Licença para exploração de petróleo na Foz do Amazonas é ‘erro histórico’ da esquerda e do país, critica geógrafo

Foto: Grant Durr/Unplash

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23 Outubro 2025

Para Wagner Ribeiro, decisão do Ibama representa retrocesso climático e marca negativamente setores progressistas.

A informação é publicada por Brasil de Fato, 22-10-2025. 

A autorização concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas é “um erro histórico”, afirma o geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, o pesquisador alertou para os impactos ambientais e políticos da medida.

“Não há dúvidas, é um erro histórico, um erro que vai ficar marcado na trajetória de vários companheiros da esquerda brasileira”, disse. Segundo Ribeiro, a decisão ignora a vasta produção científica que aponta a chamada “maldição do petróleo”, fenômeno em que países exportadores ficam com os prejuízos ambientais enquanto grupos privados lucram. “A exploração significa a obtenção de lucros por grupos privados, transnacionais, e o país-sede fica com os prejuízos ambientais”, criticou.

O professor destacou ainda os riscos de vazamentos de óleo em uma “área absolutamente sensível em termos ambientais”, que poderiam comprometer comunidades que dependem da pesca e da qualidade da água. “Deixar esse petróleo lá, quietinho, seria a melhor alternativa”, afirmou.

Ribeiro lembrou que o Brasil tem potencial para investir em energias limpas, como solar e eólica, além de biocombustíveis. “Nós temos território, temos água, temos insolação. Temos alternativas, sim. O problema é que o petróleo ainda é o mais barato”, explicou. Ele citou também o etanol e o biodiesel como opções já consolidadas, mas negligenciadas por decisões políticas.

A concessão da licença ocorre às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA). O professor considera “lamentável” que o país adote medidas contrárias ao espírito da conferência. “No ano em que o Brasil sedia a COP, na mesma Amazônia, aumentar a emissão de gás de efeito estufa é um contrassenso”, avaliou.

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