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Imagem de Dom Romero sendo carregada em procissão, ao lado da bandeira salvadorenha (Foto: Vatican News)

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16 Outubro 2025

"Porque, enquanto houver povos humilhados, mulheres violentadas, jovens desaparecidos e governos que chamam a injustiça de 'ordem', a voz de Romero continuará a ressoar como um sino que não pode ser silenciado", escreve José Carlos Enríquez Díaz, em artigo publicado por Ataque al poder, 14-10-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Sete anos após sua canonização oficial, D Oscar Romero continua sendo a consciência viva de um continente crucificado pela injustiça.

Sete anos se passaram desde que a Igreja oficial canonizou Dom Óscar Arnulfo Romero, o arcebispo salvadorenho assassinado enquanto consagrava o pão e o vinho, o Corpo e o Sangue de Cristo, em 24-03-1980. O Papa Francisco o canonizou em 14-10-2018, mas para o povo, Romero já era um santo muito antes disso: a partir do momento em que a bala assassina interrompeu a consagração e sua própria vida se tornou uma oferenda. Naquele momento, seu sacrifício se uniu ao de Cristo, e o povo compreendeu que o bispo que defendia os pobres havia se transformado ele mesmo no pão partido e no sangue derramado por amor ao seu povo.

E a canonização do povo não acontece por meio dos escritórios do Vaticano ou dos procedimentos que Roma impõe com sua burocracia espiritual. O povo canoniza com as lágrimas, com o sangue e com a memória. Dom Romero foi canonizado por seu povo, pelas mães que choravam a perda de seus filhos, pelos camponeses que ele defendeu, por aqueles que acreditavam que o Evangelho não era uma via de fuga celestial, mas um chamado urgente à justiça. Ele foi canonizado por aqueles que viam nele o rosto de Jesus crucificado e ressuscitado na história concreta de El Salvador. Ele foi morto pelos poderosos. Não foi um louco solitário. Ele foi assassinado por aqueles que se sentiam ameaçados por sua palavra profética. Os esquadrões da morte — financiados e treinados pelo exército salvadorenho e apoiados pelos Estados Unidos — quiseram calar um bispo que os perturbava, porque Romero havia quebrado o pacto de silêncio. Em nome de Deus, ele teve a coragem de dizer: "Que acabe a repressão". E naquele instante, assinou sua própria condenação. Porque quando um profeta fala cara a cara com o poder, o poder não perdoa.

O major Roberto D'Aubuisson, fundador do partido Arena, foi quem ordenou seu assassinato. Ele encarnava a aliança entre política, dinheiro e repressão militar. Acreditava que, matando o bispo, mataria também sua mensagem. Mas aconteceu o contrário: sua morte multiplicou a vida. A partir daquele momento, Romero começou a caminhar com seu povo a partir de outro lugar. Nas missas clandestinas, nos refugiados, exilados e nas comunidades de base, sua voz continuou viva, denunciando, consolando e acendendo a esperança em meio à escuridão.

El Salvador se tornou uma terra de mártires

Depois de Romero, vieram os jesuítas da UCA, as religiosas, os catequistas, os camponeses anônimos torturados e feitos desaparecer. Milhares de homens e mulheres, como ele, acreditaram que a fé não podia ser separada do compromisso com os pobres. No entanto, Roma levou quase quarenta anos para reconhecer oficialmente o que o povo já sabia desde o primeiro dia. Por que a demora? Por que o medo de reconhecer que um homem assassinado por um regime militar abençoado pela oligarquia era um verdadeiro santo?

A resposta é incômoda. Porque muitas canonizações não nascem do Evangelho, mas do poder.

Porque mesmo em Roma há silêncios cúmplices, interesses e equilíbrios diplomáticos. Não se trata de negar a santidade, mas sim de se perguntar quanto custa ser santo em um sistema que canoniza com dinheiro e influência. O Evangelho, esse texto incômodo, nos lembra que os profetas não são aplaudidos em vida. Primeiro se matam e depois se erguem como estátuas, quando não podem mais causar desconforto.

Um padre amigo meu me dizia que havia sido um erro dizer que o povo tinha beatificado Dom Romero, que não estava certo, porque as beatificações são feitas por Roma. Segundo ele, o povo não tem a autoridade para declarar ninguém santo. Eu lhe perguntaria, com todo o respeito, se todas as beatificações nascem do Espírito ou se algumas são negociadas nos escritórios do Vaticano. Porque a história mostra que o Evangelho nem sempre guia essas decisões e que a Igreja muitas vezes ficou em silêncio diante do sofrimento do povo para não irritar o poder político.

Quantas vezes — eu me pergunto — se canoniza a obediência e se marginaliza a profecia? Quantas vezes o sistema eclesiástico acaba premiando aqueles que se calam e condenando aqueles que falam em nome dos pobres?

Nesse meio tempo, em El Salvador, as mulheres eram estupradas, os camponeses torturados, as crianças assassinadas diante de suas mães. E os governos que ordenavam essas atrocidades o faziam com a aprovação de Washington e o silêncio de Roma. É impossível falar do Evangelho sem falar dessas feridas. Porque a fé que não denuncia a injustiça não é fé, é cumplicidade. Romero entendeu isso melhor do que ninguém: ser discípulo de Cristo significa estar ao lado de quem sofre, mesmo a um alto preço. E ele o pagou com a vida.

O Papa Francisco, tão diferente dos pontífices que o precederam, teve a coragem de reconhecer oficialmente o que o povo vinha proclamando há décadas: que Romero era um verdadeiro santo, um pastor com o cheiro das ovelhas, um profeta que não se curvou diante do poder.

Francisco, como Romero, também foi criticado, apontado, acusado de ser um populista, um político, um comunista. Mas os dois compartilham uma crença comum: o rosto de Deus se revela no pobre, não no palácio.

É por isso que, quando imagino Romero e Francisco que se abraçam no céu, vejo uma festa simples e alegre, sem enfeites. Dois homens que entenderam que a santidade não consiste na pureza, mas no empenho. Que a verdadeira santidade é anunciar e denunciar. Anunciar o Reino que liberta e denunciar os infernos que o poder constrói na Terra.

Hoje, oito anos após sua canonização oficial, Dom Oscar Romero continua sendo uma ferida e uma esperança. Suas palavras ressoam mais vivas do que nunca: "Em nome de Deus e em nome deste povo martirizado, eu vos suplico, eu vos imploro, eu vos ordeno: que acabe a repressão!"

Aquele grito não foi apenas para o seu tempo. É um eco que atravessa gerações e fronteiras.

Porque, enquanto houver povos humilhados, mulheres violentadas, jovens desaparecidos e governos que chamam a injustiça de "ordem", a voz de Romero continuará a ressoar como um sino que não pode ser silenciado.

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  • Oscar Romero, santo na consciência latino-americana desde 1980
  • Oscar Romero e Paulo VI. Santos ousados para tempos de desespero. Editorial de National Catholic Reporter
  • El Salvador celebra seu primeiro santo
  • Dom Oscar Romero e sua canonização para a América Latina
  • Viva São Romero. Artigo de Francisco de Aquino Júnior  
  • Óscar Romero: testemunho contra o autoritarismo. Artigo de Gabriel Vilardi 
  • Salvadorenhos homenageiam Santo Óscar Romero: Nestes tempos difíceis, ele é como um raio de esperança 
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