09 Outubro 2025
- O prelado de 93 anos expressou sua indignação em uma mensagem publicada na rede social X, na qual denunciou que a peregrinação havia se tornado "uma manifestação pública" que, em sua opinião, "manchava profundamente a fé católica e desonrava a dignidade do templo".
- "Não foi uma peregrinação de verdade, mas uma afronta à Basílica de São Pedro."
A reportagem é publicada por Religión Digital, 08-10-2025.
O cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong, descreveu como uma "grave ofensa a Deus" e uma "profanação do Ano Santo" um evento organizado por grupos católicos LGBTIQ+ que em setembro passou pela Porta Santa da Basílica de São Pedro, em Roma, em um evento aprovado pelo Vaticano.
O prelado de 93 anos expressou sua indignação em uma mensagem publicada na rede social X, na qual denunciou que a peregrinação havia se tornado "uma manifestação pública" que, em sua opinião, "manchava profundamente a fé católica e desonrava a dignidade do templo".
Segundo Zen, os participantes — que usavam símbolos do arco-íris e camisetas com slogans alusivos à diversidade — alteraram o significado do Jubileu, que tem como objetivo "promover o arrependimento e a renovação pessoal".
" Não foi uma peregrinação real, mas uma afronta à Basílica de São Pedro ", disse ele.
A cerimônia religiosa, realizada sob o lema da inclusão, foi aprovada pelas autoridades da igreja e endossada pelo vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana, Francesco Savino, que presidiu a missa antes da entrada na igreja.
Embora não fizesse parte dos grandes jubileus temáticos, como os dos jovens ou dos pobres, o encontro foi oficialmente reconhecido como uma das peregrinações que acontecem durante o Ano Santo.
Segundo os organizadores, cerca de 1.300 pessoas de vários países participaram, incluindo grupos da Espanha e da América Latina. Os organizadores insistiram que não se tratava de um desfile ou protesto, mas sim de uma demonstração de fé de fiéis que fazem parte da comunidade LGBTQ+.
O cardeal Zen, considerado uma das figuras mais influentes do catolicismo asiático e com um perfil doutrinário conservador, afirmou que a Igreja deve acolher os homossexuais com caridade, mas lembrou que "o comportamento homossexual não está de acordo com o plano divino".
"Eles devem ser acompanhados pelo amor e pela oração para viver vidas virtuosas", acrescentou, pedindo aos católicos "que façam penitência pela ofensa cometida".
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