A mediação da flotilha fracassa. Ativistas pedem "nenhuma ajuda ao Chipre" e denunciam possíveis novos ataques

Foto: Esra Hocugla | Anadolu Ajansi

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26 Setembro 2025

A proposta de transportar necessidades básicas e alimentos para um terceiro país, um plano em que o governo italiano estava trabalhando com o apoio do Patriarcado Latino de Jerusalém, foi rejeitada. E eles deram o alarme: "Várias agências de inteligência anteciparam novos ataques."

A informação é de Alessia Candito e publicada por La Repubblica,  25-09-2025.

"Não haverá mais paradas técnicas para nossos 50 barcos; continuaremos direto para Gaza." Apesar de receber relatórios de inteligência de várias fontes sobre "possíveis ataques israelenses nas próximas 48 horas", os ativistas da flotilha confirmaram sua intenção de chegar à Faixa e rejeitaram a opção que o governo italiano estava considerando de forma independente, que previa uma parada em Chipre para entregar a ajuda, que então seria entregue à Faixa por meio do Patriarcado Latino de Jerusalém.

Israel: "Eles estão servindo ao Hamas." Flotilha: "Mentiras e propaganda"

A reação de Israel foi imediata: "Eles demonstram que seu verdadeiro propósito é a provocação e o serviço ao Hamas", escreveu o Ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Sàar, no X. Apenas "mentiras e propaganda", retrucou a ativista grega Kleoniki Alexopoulou durante uma coletiva de imprensa global via Zoom. "Somos cidadãos pacíficos, acadêmicos, médicos, trabalhadores, veteranos americanos, somos pessoas que exigem justiça para os palestinos." E por isso, eles não têm intenção de recuar, especialmente agora que "estamos no momento mais crítico, porque estamos realmente nos aproximando de Gaza".

Não à proposta italiana: "O objetivo da missão é romper o cerco"

"Estamos cientes das ameaças e de que alguns gostariam que parássemos", diz a ativista Yasemin Acar, "mas essas intimidações têm efeito contrário; elas só unem as pessoas". O objetivo da missão humanitária da Flotilha, explicam, permanece o mesmo: "Romper o cerco ilegal e entregar ajuda humanitária à população sitiada de Gaza, vítimas de genocídio e limpeza étnica. Qualquer ataque ou obstrução à missão constituiria uma grave violação do direito internacional". Os parlamentares italianos que se juntaram à flotilha humanitária parecem compartilhar a mesma opinião:

Na Faixa de Gaza apenas 10% da ajuda necessária é recebida

"Esta missão", explica a eurodeputada da AVS, Benedetta Scuderi, "não se trata apenas de entregar alimentos e medicamentos, mas também de romper o cerco e abrir canais, porque os existentes claramente não estão funcionando". De acordo com dados fornecidos por agências da ONU, desde maio, Israel permite uma média de no máximo 60 a 70 caminhões na Faixa de Gaza por dia, mas o requisito mínimo é calculado em pelo menos seiscentos. Por esse motivo, houve várias tentativas de chegar à Faixa de Gaza por mar, desafiando o bloqueio imposto unilateralmente pelo Estado judeu em 2007. "Israel tentou nos bloquear várias vezes ao longo dos anos, mas sabe que não pode fazer isso porque somos muito determinados e o direito internacional está do nosso lado", garantiram os ativistas.

Preocupação a bordo com possíveis novos ataques

A bordo, porém, há preocupação. Os rumores de possíveis ataques são bem fundamentados. Fontes de inteligência, incluindo fontes italianas, relataram que nas próximas 48 horas poderão ocorrer novos ataques israelenses à Flotilha Global Sumud, ainda mais intensos do que os lançados na noite de 23 para 24 de setembro. Os ativistas explicaram que a informação chegou à diretoria graças a uma comunicação formal de "um ministro luxemburguês", sem fornecer mais detalhes. "Sabemos apenas que os relatos chegaram à diretoria, que os compartilhou com os capitães", disse Scuderi. "As declarações públicas de vários funcionários do governo italiano e a decisão de enviar uma fragata, anunciada pelo Ministro Crosetto, também confirmam isso."

Para a Itália, a fragata Alpino substituirá a Fasan "mas não é uma escolta"

O Fasan, que já navega na região de Creta e foi ativado ontem "não como navio de escolta, mas como embarcação de resgate em caso de necessidade", será substituído nas próximas horas pelo Alpino, "que possui outras capacidades, caso sejam necessárias", disse Crosetto, sem entrar em detalhes.

O Furor, o navio militar espanhol que o governo espanhol de Pedro Sánchez decidiu mobilizar "para proteger a Flotilha", também partiu do porto de Cartagena e segue para a região a toda velocidade. Essas abordagens parecem muito diferentes. "São bem-vindas", explicam os ativistas, embora "não sejamos tão ingênuos a ponto de acreditar que governos que cooperaram com Israel no passado de repente queiram apoiar integralmente a causa palestina". Uma referência direta à Itália, para onde – dizem – a decisão de enviar uma fragata também foi ditada pela enorme onda de mobilização de trabalhadores e estudantes. "A Espanha é outra questão, que demonstrou sua solidariedade em termos concretos."

As novas ameaças israelenses

Uma intervenção protetora pode se tornar necessária, especialmente se rumores de um possível ataque se materializarem. De fato, é provável, segundo o Ministro israelense Sar, que declarou em X: "Israel não permitirá que nenhum navio entre na zona de combate ativa e não permitirá a violação de um bloqueio naval", que ele define como "legítimo", apesar de nunca ter sido reconhecido como tal por organismos internacionais. Os rumores que chegaram e alarmaram os membros da flotilha não descartam abordagens e o uso de armas de fogo.

Uma escalada parcialmente antecipada pelo exercício militar conjunto da Marinha e das Forças de Defesa de Israel (IDF), divulgado com um comunicado à imprensa e um vídeo de Israel pouco antes da chegada da delegação espanhola da Flotilha Global Sumud a Túnis. Mas mesmo diante dessa nova ameaça, os ativistas não têm intenção de recuar ou se afastar.

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