A Flotilha de Gaza alega que Israel usou bases em Malta e na Itália para atacar seus navios

Foto: Alpha bakemono/Wikimedia Commons

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16 Setembro 2025

A Flotilha Global Sumud, um grupo de dezenas de navios que navegam em direção a Gaza na tentativa de romper o bloqueio israelense ao território palestino, relatou que os militares israelenses atacaram suas embarcações diversas vezes, inclusive no espaço aéreo e em territórios soberanos de dois países europeus.

A reportagem é publicada por El Diario, 15-09-2025.

Os dois últimos ataques ocorreram nos dias 9 e 10 de setembro contra dois navios da Flotilha enquanto estavam em um porto na Tunísia, a última parada antes de embarcar para a costa de Gaza. Os navios Family (de bandeira portuguesa) e Alma (de bandeira britânica) foram atacados com bombas incendiárias disparadas por drones que se acredita serem israelenses, segundo um comunicado.

A organização monitorou voos "suspeitos" de aeronaves da Força Aérea Israelense naqueles dias, bem como nos dias anteriores e posteriores, que voaram em diversas ocasiões de uma base israelense para a base italiana de Sigonella, na ilha da Sicília, e para a ilha de Malta. Uma das aeronaves israelenses é encarregada de transportar drones, que, neste caso, teriam sido depositados em Sigonella e Malta para posteriormente serem usados ​​contra embarcações ancoradas na Tunísia. O comunicado afirma que esses drones têm autonomia para voar da Sicília ou Malta para a Tunísia e vice-versa.

Por exemplo, em 2 de setembro, um Hércules C130 decolou da Base Aérea de Navatim, em Israel, e pousou em Sigonella, onde permaneceu por três horas e meia. No mesmo dia, outra aeronave militar voou de Navatim para Malta e também permaneceu na ilha mediterrânea por algumas horas. Em ambos os casos, acredita-se que as aeronaves tenham pousado sua carga, ou seja, os drones.

Voos de inteligência e vigilância também foram detectados da Base Aérea de Navatim para Malta e para a costa da Tunísia, onde os navios da Flotilha estavam localizados até segunda-feira, quando zarparam.

"Temos a convicção fundamentada de que os ataques foram realizados utilizando meios operacionais transportados por Israel para Malta e a Sicília", afirma a Flotilha Global Sumud. Acrescenta que os ataques foram realizados "a partir do território da União Europeia, utilizando o espaço aéreo soberano da Itália e de Malta". Por conseguinte, denuncia a violação do espaço aéreo tunisino e os dois ataques ao seu território contra os navios da Flotilha e os seus "participantes civis pacíficos", bem como a soberania de Portugal e do Reino Unido, uma vez que os navios têm bandeira desses dois países.

A organização identificou vários voos de drones de vigilância e aeronaves militares dos EUA, bem como um helicóptero e uma aeronave da Força Aérea Italiana, na área do Mediterrâneo, onde a Flotilha navegou desde que deixou Barcelona no fim de agosto.

Os dados divulgados hoje também revelam detalhes do ataque ao navio Conscience, que tentava chegar à costa de Gaza na primavera passada e foi atacado no início de maio em águas internacionais perto de Malta. Os aviões de carga que Israel utiliza atualmente para supostamente transportar drones também realizaram voos na época, quando a Flotilha relatou dois ataques ao Conscience que causaram um incêndio e forçaram o navio a abortar a missão. A organização alega que dois drones militares carregando cargas explosivas, conhecidos como "kamikazes", estavam envolvidos no ataque, que foram previamente lançados sobre o navio por uma aeronave militar israelense.

Todos esses dados "não deixam dúvidas de que os ataques foram realizados por Israel contra a população civil" e que "eles não foram possíveis sem o consentimento total de dois países europeus soberanos, bem como a cooperação dos Estados Unidos", diz o comunicado.

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