O fogo do amor. Artigo de José Antonio Pagola

Foto: Mayur Gala/Unsplash

Mais Lidos

  • Cristo Rei ou Cristo servidor? Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • A festa apócrifa da “Apresentação de Maria no Templo”. Mãe corredentora? E Zumbi dos Palmares? Artigo de Frei Jacir de Freitas Faria

    LER MAIS
  • Sheinbaum rejeita novamente a ajuda militar de Trump: "Da última vez que os EUA intervieram no México, tomaram metade do território"

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

15 Agosto 2025

  • Deus está próximo de nós, buscando fazer germinar, crescer e frutificar o amor e a justiça do Pai.

  • Essa presença de um Deus que não fala de vingança, mas de amor apaixonado e justiça fraterna, é o aspecto mais essencial do Evangelho.

  • O grande pecado dos seguidores de Jesus será sempre deixar o fogo se apagar: substituir o ardor do amor pela doutrina religiosa.

O artigo é de José Antonio Pagola, teólogo espanhol, publicado por Religión Digital, 11-08-2025.

Eis o artigo.

A palavra "amor" é assustadora até de se pronunciar. É tão corrompida que abrange o melhor e o pior, o mais sublime e o mais vil. No entanto, o amor está sempre na fonte de toda vida saudável, despertando e fomentando o que há de melhor em nós.

Quando falta amor, falta o fogo que move a vida. Sem amor, a vida se esvai, vegeta e, eventualmente, se extingue. Aqueles que não amam tornam-se cada vez mais retraídos e isolados. Giram loucamente em torno de seus problemas e ocupações, ficam presos nas armadilhas do sexo e caem na rotina do trabalho diário: falta-lhes a força motriz que impulsiona a vida.

O amor está no centro do Evangelho, não como uma lei a ser disciplinada, mas como o "fogo" que Jesus deseja ver "arder" na Terra, para além da passividade, da mediocridade ou da rotina da boa ordem. Segundo o Profeta da Galileia, Deus está próximo de nós, buscando fazer germinar, crescer e frutificar o amor e a justiça do Pai. Essa presença de um Deus que não fala de vingança, mas de amor apaixonado e justiça fraterna, é o aspecto mais essencial do Evangelho.

Fogo do amor

Jesus vê o mundo repleto da graça e do amor do Pai. Essa força criativa é como um pequeno fermento que deve fermentar a massa, um fogo aceso que incendiará o mundo inteiro. Jesus sonha com uma família humana habitada pelo amor e pela sede de justiça. Uma sociedade que busca apaixonadamente uma vida mais digna e feliz para todos.

O grande pecado dos seguidores de Jesus será sempre deixar o fogo se apagar: substituir o ardor do amor pela doutrina religiosa, pela ordem ou pelo cuidado do culto; reduzir o cristianismo a uma abstração disfarçada de ideologia; permitir que seu poder transformador se perca. No entanto, Jesus não estava preocupado principalmente em organizar uma nova religião ou inventar uma nova liturgia; em vez disso, ele encorajou um "novo ser" (P. Tillich), o nascimento de um novo homem radicalmente movido pelo fogo do amor e da justiça.

Leia mais