Para as guerras, Deus é convocado enquanto os senhores do caos espalham morte e destruição. Em Gaza, Israel faz o povo padecer em busca de migalhas enquanto assassina a população. Pelas crianças palestinas, um grito de indignação saiu da alma aberta do ator e diretor italiano e ecoou, conclamando o mundo a reencontrar a humanidade perdida. No Brasil, o governo chantageado continua acreditando na fábula do petróleo às vésperas da COP30. No Rio Grande do Sul, mais do mesmo com os rios fora do leito pelas fortes chuvas. Em Porto Alegre, a cidade da inovação, sacos de areia são “solução” para água que volta invadir ruas e casas. Festamos o Orgulho LGBTQIAPN+ e São João Batista. Esses e outros assuntos nos Destaques da Semana.
Com a Bíblia manipulada em nome de tantas atrocidades, vivemos tempos em que Deus tornou-se o do Deus das Guerras e das mortes, um Deus que coloca o outro na invisibilidade. Este Deus vilipendiado, agora é invocado pelos senhores das guerras: Donald Trump, Benjamin Netanyahu, Vladimir Putin e Ali Khamenei.
Alberto Leiss sintetiza o uso do nome de Deus por essas figuras: “Não é apenas o aiatolá Khamenei, enterrado em um bunker, que invoca seu Deus. Trump também tem certeza de ter sido salvo por um Deus quando uma bala o feriu na orelha. E vimos Benjamin Netanyahu, com os símbolos de sua religião, ir ao 'Muro das Lamentações' após o superbombardeio estadunidense sobre o Irã para invocar um Deus, a fim de garantir todo o bem ao aliado Donald Trump. Os dois 'com a força', disse ele, construirão ‘a paz’”.
O encontro dos senhores do caos provocou a guerra de doze dias no Oriente Médio. A névoa ainda não se dissipou e há pouca informação confiável. Há um confronto entre a Casa Branca e o Irã sobre os efeitos dos ataques a instalações nucleares. O anúncio do cessar-fogo de Donald Trump, 24 horas depois de atacar as bases nucleares iranianas, demonstram, segundo o jornal Le Monde, que “Washington não quer ser responsabilizado pela instabilidade no Oriente Médio”. A mídia internacional destacou que o cessar-fogo entre Israel e Irã é estratégia lucrativa para Trump, cuja paz é frágil.
“1% mais rico ficou R$ 185 trilhões mais rico em 10 anos enquanto o combate à pobreza não avança como deveria. Grandes empresários do mundo estão se apropriando das riquezas globais e colocando em risco a capacidade do poder público de atuar para garantir direitos básicos, como a educação, saúde e alimentação. Essa é a conclusão do relatório Do Lucro Privado ao Poder Público: Financiando o Desenvolvimento, Não à Oligarquia”, publicado pela Oxfam.
Com a humanidade habituada a dor alheia, poucos são capazes de gritar com todas as suas forças. E quando Roberto Benigni grita, ali está um poeta da humanidade, alguém que se desespera diante ao genocídio palestino e grita: “mas por que eles continuam matando as crianças?[...] O grito de dor sobe de todos os lados [...] Se não sentem essa dor, não são humanos”.
Entre os crimes de guerra de Israel, está a condenação dos palestinos à fome e à sede. Em busca de migalhas, os palestinos vão às filas dos pontos de distribuição do “abominável sistema de ajuda humanitária de Israel” e são executados pelos soldados israelenses, que declararam ter ordens de atirar na população desarmada em busca de comida. Entre os quase 500 assassinados, um bebê de um ano no colo da sua mãe e um menino famélico que carregava uma sacola vazia.
Francesca Albanese, Relatora Especial das Nações Unidas para os Territórios Palestinos Ocupados, constatou que “o genocídio em Gaza não foi evitado ou interrompido por ser lucrativo. As pessoas estão lucrando muito dinheiro. Os que ganham muito, estão ligados à estrutura capitalista desenfreada e ilimitada que prospera na anarquia ou na ausência de lei. Há um capitalismo desenfreado nos envolvendo. E muitos dos atores que exploram a Palestina e a morte palestina são também aqueles que estrangularam nossas vidas”.
“Uma semana após o 'Novo Leilão do Fim do Mundo' em que foram arrematados 19 blocos na Foz do Amazonas, o presidente Lula defendeu, mais uma vez, a exploração de combustíveis fósseis na região. A justificativa? A mesma de sempre: financiar a transição energética. Ou seja, a lógica é de destruir primeiro, para depois mitigar os danos ecológicos. Já na mais alta corte de Justiça do país, se encerrava a malfadada Mesa de Conciliação – ou será de Imposição? De novo, os direitos indígenas foram negociados, pela elite branca e agrária, num país onde a colonialidade do poder nunca deixou de imperar hegemonicamente. Em meio aos retrocessos assustadores, surgem os territórios indígenas autônomos como experiência de resistência. A captura do poder público pelo capital fóssil e neoextrativista mostra que as comunidades precisam se organizar por conta própria, porque o Estado faliu. Viva a autodeterminação dos povos!”, resumiu o assunto Gabriel Vilardi.
No dia 24 de junho celebramos a natividade de São João. Aqui no Brasil, a festa ganha contornos populares. “É uma festa tipicamente caipira. É a festa do tabaréu, do camponês, rural, explica Manoel Passos. Em entrevista, os historiador relembra como surgiu a festa e o significado da fogueira. Mais típica no Nordeste Brasileiro do que em outras regiões, cujas festividades ocorrem ao longo do mês de junho, “é uma tradição que mexe na nossa vida, uma festividade extraordinária em todos os sentidos, econômico, cultural e histórico, em que o povo ainda é o principal elemento.”
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