Robert F. Kennedy Jr. demite todo a comissão científica que assessora sobre vacinas nos EUA

O antivacinas responsável pela saúde nos EUA decidiu demitir os 17 membros da comissão científica que assessora os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) sobre o uso de vacinas.

A informação é de Andrés Gil, publicada por El Salto, 10-06-2025.

Robert F. Kennedy Jr. é um antivacinas. E como um bom antivacinas, ele decidiu demitir os 17 membros da comissão científica (ACIP) que assessora os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) sobre o uso de vacinas. E ele fará isso para colocar outros 17 alinhados com suas ideias, de "sua confiança".

"Hoje, priorizamos o restabelecimento da confiança do público acima de qualquer programa específico a favor ou contra as vacinas", afirmou Kennedy em um comunicado divulgado por seu departamento: "O público deve saber que a ciência imparcial, avaliada através de um processo transparente e isolada de conflitos de interesse, guia as recomendações da nossa saúde".

O Departamento de Saúde afirma que "os novos membros da comissão garantirão que as atividades científicas do Governo sejam informadas pelas evidências científicas mais críveis, confiáveis e imparciais disponíveis". Ou seja, para a administração Trump, o governo anterior não se guiava pela evidência científica.

"Uma limpeza é necessária para restabelecer a confiança pública nas vacinas", conclui Kennedy: "Os novos membros da comissão priorizarão a saúde pública e a medicina baseada em evidências. A comissão não funcionará mais como um carimbo para as agendas lucrativas da indústria. Antes, o mundo inteiro confiava nos reguladores de saúde dos EUA como um guia, inspiração, imparcialidade científica e integridade. A confiança pública foi corroída."

Um dos 17 membros de saída, todos escolhidos pela administração Trump, Noel Brewer, da Universidade da Carolina do Norte, explicou à Associated Press que eles foram informados da destituição na tarde de segunda-feira, sem que nenhum motivo fosse oferecido. O cientista defendeu o trabalho realizado: "Até agora, as recomendações da comissão eram o guia do que os seguros de saúde deveriam pagar, o que os provedores deveriam recomendar e o que o público deveria considerar".

Bruce A. Scott, presidente da Associação Médica Americana, publicou um comunicado crítico à decisão de Kennedy: "Por gerações, a comissão consultiva sobre práticas de imunização tem sido uma fonte de confiança e orientação científica. A decisão de destituir os 17 membros enfraquece essa confiança e coloca em perigo um processo transparente que salvou inúmeras vidas".

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